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The Pólis

Descoberta Aleatória do Dia

O chamado "sabias que...?"

Hoje a navegar pelo Twitter tropecei num post antigo, que por eu me lembro de o ter visto na altura em que saiu mas limitei-me a comentar verbalmente com alguém, acerca de um facto histórico, digamos... estranho? 

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A jornalista Maria José Oliveira tem uma thread com textos escritos por velhos conhecidos aqui do burgo, vulgo Portugal, durante a sua juventude no então suplemento juvenil "Juvenil " (chamava-se mesmo assim), do Diário de Notícias. 

Tem poemas do Pacheco Pereira, Durão Barroso, etc
No entanto o que me chamou a atenção, e a autora do Twitter também se disse supreendida, foi com o poema escrito por Adelino Amaro da Costa, em 1960...
Ora vejam 

 

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Para quem tiver achado confusa a leitura através destas imagens, tentei juntar o puzzle e colocar aqui o texto corrido: 



"O avião que está voando

está roncando.

E ronca

o carro que não está andando.

E foi-se o avião que voava

e o carro que roncava

e não andava 

também se foi.

Para além,

(O travesseiro dobrado,

a caixa dos sapatos,

o travesseiro estendido.

O pijama,

a tampa (a tampa?) da caneta

o copo de água (de?).)

Esses marcham

na sua agitação inerte.

E trepam,

os degraus da imobilidade.

E agitam-se

nas convulsões da velocidade

per-di-da

e não achada.

E choram, aflitos,

em angústia sofrida

da marcha parada

do ritmo pesado,

da estabilidade.

Pobres!

Não gritem mais

e calem-se.

- Não sois avião ou carro,

que roncam

Vu-u-u-u...Aquela tola mosca disse um dia que se ia casar. Mais tarde vim a saber que o não fizera. Declarou incompatível o casamento com a sua dignidade feminina. Foi a partir de então que eu passei a designá-la por tola mosca. Oh, mosca, que tola tu és! Pobre!"

Ora sabendo nós a forma como morreu o jovem fundador do CDS-PP, não deixa de ser uma coincidência algo arrepiante. 

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Passam 4 anos exatamente hoje, da tragédia que ocorreu em Pedrogão Grande. Esse terrível verão, que quanto mais tempo passa e nos recordamos da quantidade de pessoas que morreram de uma forma excruciante, mais nos apercebemos que ainda hoje não foi dada a devida importância ao acontecimento. E quando ainda hoje lemos nos jornais, ou nos sites dos jornais por assim dizer, que continuam a existir pessoas a quem não lhes foi reposta a sua habitação ou que a floresta voltou a regenerar sem que se tivesse feito nada no âmbito do seu planeamento para evitar novas catástrofes, confirmamos que a palavra vale pouco neste país.

É de palavras que é feita ação deste Governo, no que toca à reacção aos incêndios de Pedrogão. Não vale a pena voltar a insistir que não há nada melhor que prevenção porque isso já todos sabemos que não se faz. No entanto, se poderíamos fechar os olhos a uma falta de prevenção para acontecimentos inéditos, não o podemos fazer quando o comportamento se mantém igual após um chocante episódio de impreparação no socorro dos nossos.
Ao menos que pudéssemos contar com a postura portuguesa tão bem resumida no velho ditado "casa arrombada trancas à porta" . Porém, nem isso se verifica neste caso. Uma centena de mortos, da forma mais horrenda que se pode imaginar, não são suficientes para vermos da parte do Governo um empenho inequívoco na restituição do pouco que tantos perderam e na preparação para que nunca mais voltem a passar pelo mesmo.

Estes momentos, apesar de duros, podiam também servir de aprendizagem. Infelizmente, como disse acima, repetem-se as mesmas lenga-lengas e segue o baile como se nada fosse. Exemplo disso são os tuítes do deputado Miguel Costa Matos, hoje no Twitter.
O jovem parlamentar escreveu na sua conta pessoal "4 anos. Não esqueceremos. Que não deixemos que se repita."
Quem lê estas frases, podia pensar que este não é um deputado do partido que Governa. "Que não deixemos que se repita"?! É uma prece? Um desejo? É de desejos que se valem os deputados?
Não queremos pedidos lançados ao ar e publicados nas redes com ideia de que geram alguma aparência de empatia com os que sofreram. Essa empatia é demonstrada com ações, e no caso do Partido Socialista e do Governo que este partido comanda, a falta dela é atestada pela sua inação face ao sucedido. 4 anos depois ainda há gente sem casa?! De que lhes serve que digam "Não esqueceremos"? Como é que podem estas gentes voltar a confiar nas autoridades?

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Estas palavras escritas pelo deputado são também resultado daquilo que o PS pretende para Portugal. Cada vez mais vivemos num sistema de Estado-Partido. Em que o PS é o Estado e a autoridade omnisciente e acima de todos. Olham para nós e veêm figuras manipuláveis, subornáveis e subordinadas. Contam-nos as histórias que entenderem para reescrever o que não lhes der jeito, escrevem frases como estas do deputado Miguel, dando um ar de que não tem culpa no que aconteceu e de tudo o que podiam fazer foi feito.
Ignoram a crítica, a oposição, mas sobretudo ignoram a realidade de quem sofre. 4 anos depois, em Pedrogão, o Governo conseguiu que já ninguém lhe pedisse contas pelo que não fez, que o escândalo na atribuição de casas passasse impune e que hoje os deputados façam figura de anjinhos que pedem ao divino para que não volte a acontecer.

 

O Bem Maior

Desde José Rodrigues dos Santos a Marisa Matias

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O conhecido pivô e escritor José Rodrigues dos Santos (JRS) foi, durante esta semana, o alvo preferencial dos justiceiros da linguagem, especialmente à esquerda. Numa entrevista que deu na Rtp, JRS cometeu o erro de não ser suficientemente explícito, de não fazer o gesto das aspas enquanto falava, e declarou:
“A certa altura, há alguém que diz: – Eh, pá, estão nos guetos, estão a morrer de fome, não podemos alimentá-los. Se é para morrer, mais vale morrer de uma forma mais humana. E porque não com gás?”, referindo-se claro, a uma das práticas mais horrendas do Holocausto.

Gerou-se o pânicos, e multiplicaram-se as partilhas, as condenações e as injúrias. Até deputados sentiram necessidade de expressar publicamente o seu repúdio pelo que tinha dito o escritor.

Afinal tínhamos durante anos recebido as notícias através de alguém que achava que as câmaras de gás foram uma forma humana de assassinar pessoas. Para JRS a sentença estava lida: é um apologista do nazismo dos tempos modernos.

É assim que funcionam as grandes intelectualidades da esquerda. Mas é mesmo, ou há uma intenção em não querer contextualizar?

José Rodrigues dos Santos viu-se obrigado a defender-se e, com rigor e seriedade, fê-lo no campo de batalha onde é possível sermos derrotados sem nos apercebermos: o Facebook.

Ao que parece, e na verdade era o mais lógico e sensato, pasme-se, ele afinal não estava a dar a sua opinião sobre as câmaras de gás! O que JRS, no excerto de vídeo que circulou um pouco por todo o lado, quis fazer foi explicar de forma simples o que dezenas de documentos e contactos que efetuou para sustentar o que escreve, lhe diziam acerca da prática e causa.

Como disse Michael Seufert na sua página de Twitter, não se conseguem convencer milhões de pessoas a seguir o que defendemos, se defendermos o mal. O que se fez há época foi aparentar fazer o bem - dar uma justificação humanista para as câmaras de gás - para conseguir colocar uma pessoa normal a perpetrar o mal.

Isto não é assim tão difícil de entender. Só que para os partidários da esquerda, para bloquistas e comunistas, não há vontade de entender, e os que entendem, sabem que não é conveniente assumi-lo.

Para algumas destas pessoas, a banalização do mal passa por banalizar o mal, quando na verdade se trata de ter gente banal a praticá-lo, em nome de um "Bem Maior". É mais confortável inventar escapatórias morais para quando fazemos algo que sabemos estar errado. Se quisermos ver a uma escala muito pequena, lembremo-nos das "mentiras piedosas".

O problema é que para as gentes do Bloco e do PCP, há também um "Bem Maior" a seguir, que é o de caricaturar, demonizar e ostracizar quem tenha um pensamento dissonante com aquilo que defendem. O caminho para esse Bem Maior não passa necessariamente pela verdade, e por isso é tão fácil ignorar factos em detrimento de um julgamento público, de apelo ao senso comum.

É até curioso que este diferendo tenha ocorrido no mesmo contexto temporal em que o slogan de campanha de Marisa Matias seja "Força Maior".
A Força Maior da Marisa passa por chegar onde tiver que chegar, independentemente da verdade ou da mentira.

É esta Força que a leva a dizer que é socialista, e mais tarde na televisão intitula-se de social-democrata.

É esta Força que a põe a jogar com meias verdades, como dizer que os hospitais privados recusaram tratar grávidas porque tinham covid - ela sabe que os hospitais privados até há bem pouco tempo, por ordem da DGS, não podiam tratar doentes covid. Fossem grávidas ou não.

É esta Força Maior que a impede de admitir que demora mais tempo, é mais caro e logisticamente ineficaz, estar a contratar mais médicos e enfermeiros a meio de uma pandemia, em vez de recorrer aos hospitais privados para tratar doentes - os hospitais públicos não vão aumentar de tamanho nem vão conseguir fazer as consultas e exames em atraso, por contratarem mais médicos e enfermeiros agora. A Força Maior impede Marisa Matias de admitir que tem preconceitos ideológicos com a iniciativa privada, e que esses preconceitos têm custado vidas.

A Força Maior da Marisa, é a mesma de toda a Esquerda: os fins justificam sempre os meios, sejam eles a mentira, a calúnia, a repressão ou a morte.

 

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