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The Pólis

Já não era sem tempo de Manuel Luis Goucha começar a responder à letra, às barbaridades que lhe atiram a propósito dos seus convidados ou das suas escolhas políticas.

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Infelizmente há muitos portugueses que não conseguem distinguir o padeiro do papo-seco. Achar-se que tem algum cabimento considerar o Goucha um nazi ou um fascista porque convida a pessoa X,Y ou Z, é de uma impressionante falta de bom senso.

Ninguém pensou que ele fosse comunista por convidar o João Ferrerira, nem certamente ninguém pensará que ele é sportinguista se convidar o Rúben Amorim. Estas tolices só acontecem quando o convidado é detestado pela trupe da Esquerda. 

 

Porém, temos pena. O Manuel Luis Goucha continuará a convidar quem bem lhe apetecer, já explicou por várias vezes que tenta levar gente que pense diferente dele porque considera que so percebendo o que os outros dizem é que se podem formar opiniões decentes. Por muito que custe aos wokes deste país, ele é um comunicador de coragem, firme das suas convicções e sem receio dos ridículos "cancelamentos".

Espero que continue a responder à letra aos frustrados de esquerda, até porque é divertido. E que permaneça sem qualquer problema em participar civicamente na política, como fez na candidatura de Suzana Garcia.

E se forem espertos, CDS, PSD ou IL, devem começar a tentar beneficiar destas posições do Goucha. Partilhando-as, comentando-as e através de convites para iniciativas feitas à medida dele. 

 

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Não ofender, tem sido o mote nos últimos tempos para proibir, apagar, recuar, evitar em inúmeras situações. Umas vezes por iniciativa estatal, outras de índole privada e até de cariz pessoal. Também tem originado acérrima discussão entre os que defendem o direito a ofender e os que têm uma lista interminável de situações que consideram ofensivas.


A TVI, e especificamente o reality-show Big Brother, têm (não sabemos se oportunisticamente ou não) surfado esta onda com grande destaque. O programa tem apostado em evitar situações ofensivas, ao sabor do que se vai escrevendo nas redes sociais. Violência físíca e verbal, expressões discriminatórias, bullying entre outros, têm sido veementemente repudiados e reprimidos pela organização do programa. Por vezes díscutivel, mas na generalidade bem apontado. Ainda que acabe por tornar um programa que, já por si é bastante censório, num quadrado bastante reduto, de liberdade. Não espelha de todo o que é a vida "cá fora", como é apanágio dos promotores do formato, dizerem.
Durante o fim-de-semana, parece que uma ex-concorrente do programa, Sónia Jesus, se estreou numa nova via profissional: Repórter. A novidade acabou por colidir com alguma indignação, muítissimo moderada, nas redes sociais. Não é que não se esteja habituado a ter incompetentes a trabalhar na televisão, ou a ver promovida, gente sem qualquer formação para o que faz. Mas cada vez custa mais.


A TVI que se tem preocupado tanto em não ofender, não terá ninguém na Direção que veja o quão ofensivo é catapultar uma ex-concorrente de reality show dos mercados, diretamente para o lugar de repórter?
Há milhares de jovens, todos os anos a ingressar em cursos de jornalismo, comunicação social, ciências da comunicação e que na maioria dos casos nunca vêem retorno para o investimento pessoal e financeiro que fizeram. É justo que fiquem em casa a depararem-se com uma Sónia a exercer algo para o qual não tem absolutmente mérito nenhum?
Serão os diretores de programas da TVI assim tão desprovidos de ética e brio profissional, que não se importam de negligenciar a prórpia área em prol de audiências?

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É caricato que este tipo de desrespeito pelos estudantes e pelos pais dos estudantes, não seja tido em conta como "conteúdo ofensivo". Os pais ficam confortáveis a ver que andam a financiar cursos aos filhos para chegarem estas pessoas e passarem à frente?
Os coordenadores de cursos superiores de comunicação não têm nada a dizer? As Instituições de Ensino Superior onde são leccionadas estas àreas, não se importam com a desvalorização que isto significa para os cursos?
Esta é mais uma daquelas situações que não se vê noutra profissão. Porque mais uma vez fica patente, que se olha para os profissionais da comunicação como palhaços de circo. Não se ousaria colocar um qualquer a fazer de advogado, engenheiro ou gestor. Mas aqui, quem entreter melhor passa à frente de quem se esforça e dedica uma parte da sua vida a estudar para exercer a profissão.

 

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