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The Pólis

Os socialistas são do pior, têm destruído o país e permitido um lastro de corrupção. Por estes e outros motivos, é necessário afastar o PS do poder o mais rapidamente possível.
O PSD é o PS-2, por isso não merece a confiança dos portugueses. Dito isto, estou disponível para integrar um Governo do PSD, se tiver 4 ministérios. Porque o PSD é o PS-2, e o PS é terrível.

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Não, não estou maluco. Estou a resumir a lógica com que André Ventura nos brindou na última semana e meia. É líder partidário mais fléxivel alguma vez ja visto. Ou mais troca-tintas. Diria até que deve ser o líder que mais toma por parvos os seus eleitores.
O presidente do Chega! diz tudo e o seu contrário, várias vezes, sem que ninguém o confronte com isso. Aí, a culpa é de uma comunicação social que, como já natural, se demonstra amadora quando tem de escrutinar políticos. Findo o Congresso do partido de Ventura, e correram imediatamente a morder todos os iscos que ele lançou: por exemplo, falar em "Deus, Pátria, Família e Trabalho" para a seguir dizer que representa Sá Carneiro ou lançar para o ar a ideia de que há um deputado do CDS que poderia vir a migrar para o CH. Os jornalistas lambuzaram-se com estas declarações e esqueceram-se e fazer o seu trabalho.

Só é lamentável que, por inércia do PSD, CDS e IL, a caricatura da direita esteja a tomar forma de real representação. Será prejudicial que futuramente, nem à direita nem à esquerda, exista seriedade e atitude reformista.

Na outra ponta do espectro, o irmão gémeo do CH, tambem teve mais um clássico momento em que revelou aquilo que é. Um projecto que assenta na infantilização do eleitorado, com vista à polarização. Por outras palavras,  "o que defendemos tem objetivo de melhorar a tua vida, o que os outros defendem tem o objetivo de prejudicar a tua vida".

Os "Jovens do Bloco" brindaram-nos com uns belíssimos panfletos, de layout igual aos da Iniciativa Liberal, ao quais tiro o chapéu pelo esforço, mas que unicamente tinham como mensagem dizer que a IL vinha aí para nos fazer mal.
Não se pode esperar muito de um partido trotskista, que vê nos projetos alternativos um alvo a abater (literalmente), no entanto confesso que ainda me surpreenderam, talvez porque já não faziam uma destas desde o tempo da troika, em que queriam que acreditássemos que o Passos Coelho se levantava de manhã e bebia um cocktail com o sangue das nossas carteiras.

"Slogans coloridos, promessas de amor ao "mérito" e ódio à esquerda. Os liberais vestem-se de novo com ideias velhas. O seu programa encontra-se na IL, CH e direita tradicional. Não querem saber do teu emprego, da tua vida, do mundo em que vivemos.Os liberais declararam-te guerra." - a descrição que juntam à divulgação nas redes sociais, dos seus magníficos panfletos.

 

O cúmulo dos cúmulos, é mesmo dizerem que os liberais são "os melhores amigos dos ditadores". Tal como no Chega, o Bloco também quer passar atestados de estupidez aos portugueses. Felizmente está bem documentado o apoio dos militantes do Bloco de Esquerda a ditadores e a ditaduras, ou não fosse este um partido comunista.
Produzir panfletos para pura difamação e tentativa de degradação de imagem de outros partidos é um degrau importantíssimo rumo à lama política. São estes senhores que depois fingem ser contra a polarização da política, atribuindo-a à postura dos partidos da direita.


Foram estes os flagrantes momentos de política rasteira que pudemos observar só nesta última semana e meia, por parte dos nosso dois partidos mais rasteiros (desculpem a repetição) em atividade.

Quem não se revê nesta forma de exercer a política, no reduzir daquela que devia ser uma atividade nobre,à ofensa gratuita e à mentira, tem um papel a desempenhar. Esse papel passa por não ceder, por muito tentador e fácil que seja agir desta forma, a este nível baixo de política. Passa por exigir dos partidos a maturidade e a postura institucionalista que devem ter. Que apresentem propostas e que andem na rua sim, mas para nos ouvir. Exigir que não deixem o país enredar-se num lamaçal improdutivo. Que se foquem em não atrapalhar a vida a quem quer produzir e procurar a sua felicidade em Portugal.



Ao longo das últimas semanas têm sido levantados os véus acerca do que os partidos se preparam para fazer relativamente às autárquicas em Setúbal. Quando falo em partidos, cinjo-me exclusivamente aos tradicionais, porque as autárquicas são normalmente dominadas por eles.

Sem qualquer outra informação disponível que demonstre o contrários, estas não serão diferentes.

O PSD foi o primeiro a revelar que o candidato escolhido é o repetente Fernando Negrão. O juiz, ex-deputado, ex-ministro que poderia ter sido presidente da Assembleia da República na legislatura passada caso a Geringonça não rompesse com todas as convenções informais até então, volta a atacar no meu concelho.

Posso dizer que foi uma escolha surpreendente, pois o deputado Nuno Carvalho parecia-me o mais encaminhado para tal. Não que participe muito na vida da cidade mas, têm investido significativamente na sua carreira política. É um dos novos "deputados premium" no Facebook (um artigo que hei de escrever), ou seja paga para que os seus posts cheguem a mais gente. Uma nova dinâmica de democracia a que ainda não me habituei. Para além disso ainda é, alegadamente, vereador na Câmara Municipal de Setúbal - conseguiu o lugar apesar de ter levado o PSD ao pior resultado eleitoral em autárquicas, no concelho, desde há 40 anos.

Com a aposta em Fernando Negrão, e com o anúncio antecipado da aposta, o PSD demonstra que quer apostar forte e encurrala o CDS. Os centristas em Setúbal não têm opção senão negociar uma coligação, primeiro porque tem sido essa a conduta do seu presidente (um erro crasso em Lisboa), segundo porque não têm protagonistas à altura para contrabalancear com Fernando Negrão. A única pessoa que o poderia fazer era Nuno Magalhães, que é sabido ser desalinhado com as atuais estruturas apoiantes de Chicão.


Ao PS, cheirou-lhes a sangue. É o partido que está de melhor saúde em Portugal, que é Governo e que se contarmos apenas com autárquicas, vem com um balanço poderosíssimo na reconquista de câmaras aos comunistas.
Os socialistas empurram uma peso-pesada do partido: Ana Catarina Mendes.

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A política mais arguta do aparelho socialista, e uma das mais reconhecidas caras do Costismo.
Esta aposta pode ser observada de vários prismas:

- A saída de Maria Dores Meira (o sangue de que falei), é vista no PS com uma excelente oportunidade de recuperar a câmara e decidiram simplesmente não facilitar, daí enviarem uma superstar.

-
Enviar Ana Catarina Mendes para o plano autárquico poderá ser uma forma de afastar das lides aparelhistas e de uma futura liderança do PS. Algo que agradará e muito a Pedro Nuno Santos e a Fernando Medina. Estes dois serão os que mais desejarão que sua camarada vença as eleições em Setúbal.

-Apostar em Ana Catarina Mendes é uma situação win-win, se visto de um prisma em que se pretende alavancar a socialista: Se ganhar, ganha a câmara mais importante do distrito e torna-se num dos maiores "desfalques" efetuados aos bastiões comunistas. Seria um ganho importantíssimo para a imagem do PS.
Se perder, teve cobertura mediática extra (já tem imensa), de certeza absoluta que enfraquece a posição da CDU em Setúbal e ainda se consolida como protagonista chave no panorama nacional, e como mais uma potencial líder do Partido Socialista.


Já a CDU, deu um tiro no pé ao não seguir a indicação de Maria Dores Meira. A atual presidente, que já agora convém referir tinha dito no ínicio do mandato que seria o seu último e depois voltaria à sua vida particular normal, já está confirmada como candidata a Almada (Inês de Medeiros que se cuide!). Ainda que não saiba oficialmente, toda a gente sabe que Maria das Dores estava num processo de promoção da sua indicação e escolha para a suceder. Falo do vereador do Desporto e Juventude, Pedro Pina.
Todos o que acompanham a atividade política em Setúbal já tinham notado que o Vereador substituia a presidente em inúmeras situações, fazendo a representação que se poderia considerar pertencer ao âmbito de um vice-presidente.
No entanto o Partido Comunista não seguiu o que a presidente quis, e optou por um protagonista que tem tudo menos de protagonista. André Martins, o atual presidente da Assembleia Municipal, é uma nulidade política, muitas vezes gozado pelos seus parceiros e adversários, assim como pela população atenta ao que este senhor diz e faz. Só com muita dificuldade e um fervoroso apoio dos militantes comunistas, André Martins conseguirá evitar sucumbir à avalanche que o PS e o PSD se preparam para lançar.
André Martins tem o carisma de uma porta e o reconhecimento público de chefe dos escuteiros. Colocado junto de Ana Catarina Mendes e de Fernando Negrão, estes handicaps apenas serão realçados. Avizinham-se umas excelentes autárquicas para socialistas e coligação social-democrata/centristas... Com ajuda do excesso de confiança da CDU.

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