André Martins e o seu executivo CDU, em Setúbal, insistem em propagandear uma mentira dissimulada, para ficarem bem na fotografia.
Em novembro anunciaram algumas medidas de combate à inflação, onde constava uma muito interessante:
"é com muita satisfação que hoje podemos anunciar que decidimos injetar na economia, em especial na local, ainda antes do final deste ano, mais nove milhões de euros. "
Esta semana voltaram à carga, através do jornal municipal, pago pelos contribuintes, a anunciar que injetaram os tais nove milhões de euros. O problema disto? É que não é verdade. A Câmara não está, num gesto de solidariedade a injetar 9 milhões de euros na economia local para combater a inflação.
Aliás, convido o leitor a refletir dois segundo acerca da frase. Como é que se chega ao valor de nove milhões de euros? Calcularam quanto necessitava a economia local? É o máximo que podem "injetar"? O mínimo? Calcularam partindo do princípio que os vão distribuir igualmente como postula o comunismo ou equitativamente como postularia o bom-senso em caso de redistribuição?
Nada disto é respondido no comunicado nem em qualquer outro veículo de propaganda da CDU em Setúbal porque não estão a injetar absolutamente nada. Passando o título da "novidade" que nos deram em novembro, avançamos para as pequenas letras, e lá pelo meio conta a verdade da mentira:
"Esta verba vai ser canalizada para o pagamento de faturas em atraso a empresas prestadoras de serviços à autarquia e para a regularização de apoios ao movimento associativo que se encontravam prometidos até ao final deste ano."
Em suma, a Câmara vai pagar o que deve a fornecedores e o que deve a quem prometeu que pagava este ano. Pelos vistos são necessárias mais crises económicas para que os fornecedores tenham as suas faturas liquidadas mais rapidamente.
Fica exatamente essa questão: se podiam pagar as faturas porque é que deixam o pagamento em atraso? Quem é que avalia o impacto na economia local, do atraso no pagamento de faturas? Tem a Câmara Municipal de Setúbal cara para estar a anunciar com pompa e circunstância um pagamento de dívidas, como se fosse um apoio? O tempo todo em que prejudicaram os fornecedores ao não lhes pagarem não gera suficientemente vergonha para que se contenham nestas tolices de anunciar uma "injeção de 9 milhões de euros na economia local"?
Ficam as dúvidas, mas sobretudo espero que os setubalenses tenham conhecimento destes factos e não sejam enganados nestas tentativas de nos atirarem areia para a cara.