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The Pólis

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Uma pessoa decente pode achar que não se coaduna com a posição de deputado da nação, querer deliberada e ardilosamente falsear a publicação de notícias para finjir que a realidade bate certo com aquilo que diz.  
Uma pessoa decente pode achar que não se coaduna com a posição de deputado da nação, chamar conas aos adversários políticos.
Uma pessoa decente pode achar que não se coaduna com a posição de deputado da nação, tirar fotos em pose de oração nas igrejas para instrumentalizar a religião. 

Porém há que reconhecer algo: este partido e este chefe de partido, têm um objetivo e um público-alvo, e não se desviam um milímetro do traçaram. O objetivo é aparecer, aparecer aparecer. O público-alvo é quem, por desconhecimento ou desilusão rejeita por definição a política e os políticos. Como as pessoas que não entendendo um quadro, dizem imediatamente que é lixo. 

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Para este partido e este chefe de partido, não há linhas vermelhas. Tudo é válido desde que os objetivos sejam concretizados. Para o público-alvo, idem. Tudo é valido desde que continuem a obter a satisfação de ver André Ventura e a sua turma a dizer algo que perturbe, que gere reacções quentes, que tire do sério.

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Os primeiros nunca sentem necessidade de pedir desculpa por nada (excepto se isso der jeito para aparecer como aconteceu agora com o Papa), os segundos desculpam os primeiros de tudo. 
Aliás se este texto passar pelos olhos dos que se enquadram no público-alvo do CH, a primeira laracha que vão dar é: estes fazem isso tudo mas os outros são corruptos. Como se estivéssemos a falar de corrupção, como se por apontarmos esta falta de limites éticos e morais fosse o equivalente a desculparmos a desonestidade de quem corrompe e é corrompido. Como se estas demonstrações que o CH dá, de comportamente diário dos seus dirigentes, não fossem sinais de que, tendo poder, farão o mesmo ou pior que os socialistas fazem atrás da cortina. 

O público a quem Ventura coerentemente chega é o que confunde  ser violento com ser aguerrido, e que a frontalidade passa necessariamente por ser bronco e mal educado para os outros. 

Este partido e este chefe de partido, não têm forma de se lhe apelar à razoabilidade, pois eles não se regem pelos mesmos valores nem seguem as mesmas regras que os restantes agentes políticos ou cívicos. Não vale a pena criticá-los por fazerem X ou Y, nem tentar apontar incoerências no que dizem ontem e fazem hoje. Não se incomodam minimamente desde que tenham conseguido atenção. 

O que é que gerou isto? Um desinteresse da classe governativa em incentivar o exercício da cidadania, desde cedo, nas escolas. Agora é tarde, agora temos várias gerações que não percebem, não querem perceber e se ficam quanto muito pelos bitaites que vão ouvindo na TV. Quanto muito, porque a maioria não quer mesmo saber.

O que também gerou isto foi uma classe política que se tornou arrogante, sobretudo da área do centrão, e que esticaram ao máximo a tolerância de um povo desinformado ouvir e ler diariamente que alguém se está aproveitar do cargo que exerce. 

Portanto daqui vão acontecer duas coisas:

Como este partido não tem como ser chamado à razão, vai continuar a fazer o que melhor faz, que é dar show. Vai continuar manter a Direita partida e assegurar o PS. Com azar, até podem chegar a aumentar ainda mais o número de deputados e só pararão quando efetivamente se lhes pedirem decisões não saberão tomar. Só pararão de crescer quando tiverem um escrutínio sério ao seu exercício de cargos e se confirme que por lá também anda quem se aproveita. 

Ou 

Algures, na massa abstencionista deste país, haverá mais gente razoável, com sentido moral e ético, que fará o obséquio de começar a exercer o seu direito de votar, e pode ser que haja um reforço de uma Direita decente. Para isso também era preciso que os partidos fossem competentes a procurar captar a atenção de quem se abstém. Coisa que não têm sido. 








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Nas últimas semanas tem-se ouvido muito falar na famosa "bomba atómica" dos Presidentes da República, por culpa das trapalhadas consecutivas do Governo de António Costa. 

A última das trapalhadas, a TAP e um secretário de Estado a negociar o nosso dinheiro por Whatsapp e a enviar emails à CEO francesa, sobre o que é preciso fazer para manter o Presidente da República contente e amigável. O lamaçal chega, logicamente, aos pés de mais gente, neste caso os ministros João Galamba ( foi rápido a fazer porcaria, como já tinha previsto aqui no blogue  ), Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. 

Não me vou alongar a detalhar as trapalhadas destes incapazes, já foram amplamente noticiadas e sinceramente já não merecem o tempo de ninguém a escreve-las. 

O que acontece é que temos um Governo re-eleito há não muito tempo, com votação bastante reforçada ao ponto de estar em modo PS-Quero-Posso-E-Mando, mas que contrariamente ao que alguns portugueses que votaram para que isto acontecesse, a maioria não está a ser sinónimo de estabilidade política. 

Pelo contrário temos um Executivo que se farta de tropeçar nos próprios pés, emitindo demissões mês sim, mês não, com um primeiro-ministro que já não consegue ter uma postura coerente face aos casos. Num momento está no estrangeiro e diz que não comenta política interna, mas acaba a comentar. Num momento desvaloriza tudo e mais alguma coisa que um membro do Governo faça, no outro condena e diz que é algo muito grave - como aconteceu agora com Hugo Mendes. 

António Costa gosta de brincar à política, trata-nos como crianças e finge ter uma doutrina de resposta bem instituída, e prossegue na verbalização de incoerências como se se tratasse de estadista de referência. 

O Hugo Mendes foi agora o bode expiatório que obrigou o primeiro-ministro a voltar atrás na relativização de casos dentro do seu Governo. Tudo para salvar os "nomes-fortes" de Medina e Galamba. 

No meio desta confusão há quem clame pelo Presidente da República, exigindo que dissolva o Parlamento, acabe com este desGoverno e nos leve de novo a votos. 
Santana Lopes tem relembrado várias vezes que, por muito menos Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento, quando há época o social-democrata substituiu Durão Barroso tornando-se primeiro-ministro de um Governo PSD/CDS.

O CDS-PP também tem pedido várias vezes a dissolução, o CH quer apresentar uma moção de censura e a IL até já apresentou uma há algum tempo. 

O Presidente já recusou fazê-lo, há quem diga que toma essa opção porque não encontra na Oposição uma alternativa forte e consolidada que não passe apenas por colocar um PSD a meio gás apoiado por um partido de protesto. 
Não sei se é esse o motivo, porém concordo que Marcelo não deve usar a famosa "Bomba Atómica". É verdade que Jorge Sampaio a utilizou há uns anos atrás por puro calculismo e militância. É verdade que nos empurrou para José Sócrates por meia bola e fogo. 
E é por isso mesmo que Marcelo não o deve fazer. Presidir o país não é um exercício de vinganças, por isso nao faz sentido pedir ao PR que faça aquilo que não gostámos que os outros nos fizessem. É essa a diferença entre ter um Presidente da República, de Esquerda, e um Presidente da República, de Direita. 

O segundo não assume o mais alto cargo da nação para fazer fretes ao partido, assume-o com sentido de responsabilidade e de Estado. Como tal, havendo um Governo com Maioria Absoluta, esses votos devem ser respeitados. A maioria das pessoas quis este Governo, não faz sentido que 1 homem o mande abaixo por que este não se consegue organizar devidamente (Até certo ponto, claro...). 

Se o Governo ainda não considerou que se deve demitir, se os deputados do PS ainda não consideram que o desgoverno coloca em causa o prestígio e om funcionamento do país, então devem continuar. Temos todos de arcar com as consequências do que a maioria escolheu. É a democracia. 

Eu também não quero ter este Governo, mas acho que devem ser eles a assumir a porcaria que fazem e a sair pelo próprio pé. Para que não haja dúvidas, para que não tentem a cartada do "não nos deixaram continuar", "instrumentalizaram o Presidente da República" etc, etc. 

O Governo há de cair de podre. Até lá, é bom que algum partido de Oposição comece a mostrar sinais de tem um projeto para o país. 

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As sondagens não são intenções de voto, são representações da opinião de pessoas que estão disponíveis para responder a sondagens e servem primordialmente para influenciar a população, secundariamente para simular projeções resultados futuros. As verdadeiras sondagens são as eleições. A última vez que as sondagens deram um empate entre PS e PSD, ficámos com uma maioria absoluta do PS. Fica para reflexão...


"O líder partidário que o propôs curiosamente não está no Parlamento. O primeiro a fazê-lo. Foi Nuno Melo, do CDS. O seu a seu dono."
. A frase é de Paulo Portas, no último domingo, quando analisava as medidas de combate à inflação anunciadas pelo Governo e mais concretamente quando se debruçou sobre a medida do IVA zero para alimentos essenciais.  
 
O que também é curioso é que na semana anterior, houve muito debate público sobre Oposição a propósito das críticas do Presidente da República ao Governo de António Costa. Num dos programas de rádio mais conhecidos do país, em que é pedido aos ouvintes que liguem para a rádio para deixarem a sua opinião, pediu-se-lhes que comentassem as intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa. 
 
Uns a concordarem mais, outros menos com as críticas diretas do Presidente, houve sempre uma linha argumentativa comum, de forma mais ou menos subentendida, que sobressaia: O Governo apesar de ter uma maoria, só se sente muito à vontade para pôr e dispor das nossas vidas porque a Oposição é fraca. O jornalista chegou mesmo a perguntar algumas vezes se se podia dizer que neste momento o Presidente da República era o principal Líder da Oposição.  
 
Reciclando novamente a expressão, é curioso que neste momento as duas principais funções de Oposição, escrutinar e propor, de forma assertiva e responsável, se sintam vindas de dois pólos, que os mais distraídos poderiam considerar pouco prováveis: O Presidente da República que se tem visto obrigado a confrontar um Governo relaxado, que empurra os problemas com a barriga. E o CDS-PP que, neste caso em concreto, há praticamente um ano que propõe a medida básica de alívio às contas das famílias portuguesas que o Governo tinha vindo a desdenhar e desconsiderar até agora.  
 
Dá realmente que pensar o estado em que está a Oposição, que se senta no Parlamento, em Portugal. À esquerda o Bloco e o PCP continuam a tentar encontrar forma de contrariar o desgaste que a Geringonça lhes provocou. O PS vendeu muito bem a ideia de que deu à luz uma inovadora união das esquerdas que o BE e o PCP assassinaram sem remorsos.  
 
Os comunistas, como já é habitual, fizeram mais uma leitura de contexto político com uma lente empoeirada e escolheram um líder que nem onde viveu as pessoas o conhecem - ainda bem.  
 
O Bloco também vai trocar de líder, não comete o mesmo erro que o PCP mas tem uma outra dificuldade que está a aumentar com o tempo. Pouco ou nada distingue as causas que defendem das da nova fornada de políticos oriunda da Juventude Socialista. A curto médio prazo isto terá os seus efeitos mais vincados.  
 
Já partido de Rui Tavares nunca teve como objetivo fazer Oposição mas sim de colocar o seu líder numa boa posição.  
 
À direita todos querem ser o PSD, inclusive o PSD. Montenegro, cujo principal ativo eram as suas performances no Parlamento, saltou para a liderança do partido num momento em que não lá está e isso reflete-se na dificuldade que o PSD tem alavancar-se de outra forma que não seja esperar por erros do Governo.  
 
O CH abre garrafas de champanhe cada vez que sai uma sondagem, ignorando o facto de que desde que entrou na Assembleia da República o Partido Socialsita só insuflou. André Ventura entre os seus delírios de messianismo, vai capitalizando o descontentamento dos que já só querem ver alguém a gritar e a ofender o primeiro-ministro. Só que a maioria dos portugueses sabem que com gritos e ofensas consegue-se pouco mais do que receber um troco igual. E toda a gente sabe que um partido de protesto é bom para entreter, mas quando chega a hora de falar a sério preferem-se “adultos” na sala. 
 

A IL quer ser gender fluid para agradar ao seu eleitorado cosmopolita, recusa enquadrar-se na esquerda, na direita ou no centro apesar de se querer sentar bem no meio do centrão. Enervam mais os bloquistas, por partilharem com eles uma agenda social comum e ainda recentemente deram provas nos Açores de que não estão assim tão preocupados com o socialismo, ao quererem romper com a primeira hipótese de um governo não socialista desde 1996 no arquipélago. 
 

Entretanto temos um país sabotado, com uma população em dificuldades para conseguir coisas tão básicas como por o pão na mesa ou aceder um médico, e que paga os seus impostos não para obter serviços públicos de qualidade mas para ser anestesiada por um Governo que só investe na dependência do Estado e nos seus círculos de amizades.   
Com o avançar do tempo é nítido que não revertemos este rumo com uma Oposição útil ao PS, como tem sido, mas sim com uma Oposição útil às nossas vidas como a que o CDS-PP demonstrou e o Presidente da República, infelizmente, se vê obrigado a exemplificar.

 

Os socialistas são do pior, têm destruído o país e permitido um lastro de corrupção. Por estes e outros motivos, é necessário afastar o PS do poder o mais rapidamente possível.
O PSD é o PS-2, por isso não merece a confiança dos portugueses. Dito isto, estou disponível para integrar um Governo do PSD, se tiver 4 ministérios. Porque o PSD é o PS-2, e o PS é terrível.

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Não, não estou maluco. Estou a resumir a lógica com que André Ventura nos brindou na última semana e meia. É líder partidário mais fléxivel alguma vez ja visto. Ou mais troca-tintas. Diria até que deve ser o líder que mais toma por parvos os seus eleitores.
O presidente do Chega! diz tudo e o seu contrário, várias vezes, sem que ninguém o confronte com isso. Aí, a culpa é de uma comunicação social que, como já natural, se demonstra amadora quando tem de escrutinar políticos. Findo o Congresso do partido de Ventura, e correram imediatamente a morder todos os iscos que ele lançou: por exemplo, falar em "Deus, Pátria, Família e Trabalho" para a seguir dizer que representa Sá Carneiro ou lançar para o ar a ideia de que há um deputado do CDS que poderia vir a migrar para o CH. Os jornalistas lambuzaram-se com estas declarações e esqueceram-se e fazer o seu trabalho.

Só é lamentável que, por inércia do PSD, CDS e IL, a caricatura da direita esteja a tomar forma de real representação. Será prejudicial que futuramente, nem à direita nem à esquerda, exista seriedade e atitude reformista.

Na outra ponta do espectro, o irmão gémeo do CH, tambem teve mais um clássico momento em que revelou aquilo que é. Um projecto que assenta na infantilização do eleitorado, com vista à polarização. Por outras palavras,  "o que defendemos tem objetivo de melhorar a tua vida, o que os outros defendem tem o objetivo de prejudicar a tua vida".

Os "Jovens do Bloco" brindaram-nos com uns belíssimos panfletos, de layout igual aos da Iniciativa Liberal, ao quais tiro o chapéu pelo esforço, mas que unicamente tinham como mensagem dizer que a IL vinha aí para nos fazer mal.
Não se pode esperar muito de um partido trotskista, que vê nos projetos alternativos um alvo a abater (literalmente), no entanto confesso que ainda me surpreenderam, talvez porque já não faziam uma destas desde o tempo da troika, em que queriam que acreditássemos que o Passos Coelho se levantava de manhã e bebia um cocktail com o sangue das nossas carteiras.

"Slogans coloridos, promessas de amor ao "mérito" e ódio à esquerda. Os liberais vestem-se de novo com ideias velhas. O seu programa encontra-se na IL, CH e direita tradicional. Não querem saber do teu emprego, da tua vida, do mundo em que vivemos.Os liberais declararam-te guerra." - a descrição que juntam à divulgação nas redes sociais, dos seus magníficos panfletos.

 

O cúmulo dos cúmulos, é mesmo dizerem que os liberais são "os melhores amigos dos ditadores". Tal como no Chega, o Bloco também quer passar atestados de estupidez aos portugueses. Felizmente está bem documentado o apoio dos militantes do Bloco de Esquerda a ditadores e a ditaduras, ou não fosse este um partido comunista.
Produzir panfletos para pura difamação e tentativa de degradação de imagem de outros partidos é um degrau importantíssimo rumo à lama política. São estes senhores que depois fingem ser contra a polarização da política, atribuindo-a à postura dos partidos da direita.


Foram estes os flagrantes momentos de política rasteira que pudemos observar só nesta última semana e meia, por parte dos nosso dois partidos mais rasteiros (desculpem a repetição) em atividade.

Quem não se revê nesta forma de exercer a política, no reduzir daquela que devia ser uma atividade nobre,à ofensa gratuita e à mentira, tem um papel a desempenhar. Esse papel passa por não ceder, por muito tentador e fácil que seja agir desta forma, a este nível baixo de política. Passa por exigir dos partidos a maturidade e a postura institucionalista que devem ter. Que apresentem propostas e que andem na rua sim, mas para nos ouvir. Exigir que não deixem o país enredar-se num lamaçal improdutivo. Que se foquem em não atrapalhar a vida a quem quer produzir e procurar a sua felicidade em Portugal.



Os partidos alicerce do Governo do Partido Socialista, percebendo a sua trajetória descendente de eleição em eleição, desde que aceitaram integrar a Geringonça, bater com a mão na mesa.

Só que nota-se à distância que o fazem apenas porque acham que desse modo recuperam a credibilidade e a "utilidade" que alguns eleitores lhes reconheciam. Eleitores esses que têm migrado para o PS, como seria de esperar neste "abraço de urso". O PCP e o BE sempre serviram para que os eleitores de esquerda pudessem ter escolha entre a esquerda do sistema (PS) e a esquerda "pura", revolucionária, de protesto contra a direita e às vezes contra a esquerda do sistema.

Essa função dissipou-se quando as esquerdas acordaram em apoiar-se. Para quê votar Bloco ou PCP se agora são parceiros do Governo socialista? Porque não votar PS se até já o Bloco e o PCP lhes reconhecem méritos ao ponto de os ajudarem?
O PS tornou-se assim o partido presidente da Federação das Esquerdas. O partido mais sensato, que leva realmente à letra "a união faz a força" e por isso diz publicamente que só quer conversar com a esquerda. Foi assim que o Partido Socialista se voltou a erguer e conseguiu conquistar eleitorado muito mais à esquerda do que o habitual. Consolidou-se no coração de socialistas, comunistas e simpatizantes.

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6 anos depois, há consequências a retirar. Toda a gente acha que quaisquer eleições estão no papo para o PS de António Costa. Enquanto os seus parceiros começam a ter dificuldades até onde estavam mais confortáveis, como aconteceu com o PCP nas Autárquicas.
Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, sem quererem, colocaram-se num beco sem saída: prosseguindo a parceria com o PS, vão emagrecer muito eleitoralmente. Rompendo, como parece que vai acontecer com este chumbo Orçamento de Estado, vão ficar com o ónus de destruição das pontes que uniam a esquerda.

Pensam agora, os dirigentes bloquista e comunista, que ainda vão a tempo de recuperar o que queimaram, queimando-se ainda mais. Optaram por se juntar à direita no voto contra, cometendo um acto que será interpretado por muitos como traição para com a esquerda. Abandonaram o PS que mais lhes deu espaço para influenciarem as políticas nacionais de sempre, porque acham que vão voltar a ganhar os pontos do tempo em que eram apenas partidos de protesto.

O Partido Socialista vai continuar a cimentar a sua posição de único partido em que vale a pena votar à esquerda. Isto porque fica para a história que lutaram pela existência de um entendimento alargado de esquerda, que permitisse evitar pelo máximo tempo possível o regresso da direita, e esse entendimento só não continuou porque Bloco e Partido Comunista não estiveram à altura da responsabilidade.

Nas próximas eleições, o único partido que vai poder utilizar o argumento de "senão votarem em nós terão que levar com a Direita" com eficácia, é o PS, que tem caminho aberto para fazer de calimero e pode agora dizer que é mesmo melhor que o eleitorado de esquerda lhes confira uma maioria, pois com o PCP e o Bloco não se pode contar.

Não é por acaso que o primeiro-ministro não se cansa de dizer que não lhe interessa um bloco central, não lhe interessa conversar com o PSD nem com ninguém para lá do PSD. Ele quer uma clara fronteira entre esquerda e direita, porque sabe que está a ficar com o monopólio dos votos da Esquerda. António Costa sugou a vida dos seus parceiros de Geringonça e não tem intenção de parar.


Direita com falta de imaginação

De repente querem todos mostrar-se durões com os políticos

Já perdi a conta ao número de notícias acerca de propostas dos partidos ditos de Direita, para aumentar penas ou períodos de impedimento do exercício de cargos públicos para políticos.
Não acho que as propostas sejam más, pelo contrário, só que é triste vê-los todos a ceder a uma agenda populista. Isto são propostas "clickbait". Como aquelas pessoas que quando o/a cônjugue diz que gosta de fazer X na cama, passam a fazer sempre X para agradar. Na cabeça delas, não há que enganar, se disse que gostava daquilo, então a satisfação vai ser 100% garantida!

Os partidos da direita começam a entrar em pânicos com as sondagens e, em desespero, querem agradar os eleitores fazendo tudo o que estes pedirem. Como é de senso comum que 9 em cada 10 portugueses considera os políticos uns aldrabões que deviam apodrecer a ver o sol aos quadradinhos, este ano o PSD, o CDS, a IL e o CH sucedem-se nas propostas anti-políticos. Acham que quanto mais severa a proposta, mais satisfação por parte do eleitor. Uma espécie de leilão "quem bate mais no político?".  Só que esse caminho se no CH seria natural, pois tal como o BE, é populista, nos restantes 3 é apenas confrangedor. Temos o maior partido da Oposição, o seu antigo parceiro de Governo e uns supostos moderninhos de Lisboa, todos a apresentar o mesmo.
Não há um proposta inovadora, uma nesga que demonstre visão estratégica para o país. Pensamento a médio-longo prazo, nada. Vão ao sabor da comunicação social, das sondagens e das caixas de comentários das redes sociais.

Humilham-se e sem se aperceberem, caminham numa convergência perigosa que cimenta a imagem da política como atividade de gente criminosa, pois se as pessoas já o diziam agora só podem ler estas enxurradas de propostas punitivas como a confirmação. O caldo perfeito para singrarem os extremos.

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-Tão novo... e já se foi.
- Sim mas agora deve estar a receber uma massagem.
- Hã?
- Esquece.


O desabafo foi espontaneamente largado, sem ter atenção a que nem todos privaram o mesmo tempo com o falecido ao ponto de terem ouvido uma das suas mais divertidas divagações:

"Se houver céu, espero que seja um sítio onde nos fazem uma massagem nas costas para o resto da eternidade."

Maria das Dores Meira & João Maria Lda

a conta fica para o setubalense

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A saga das decorações na belíssima cidade de Setúbal continua ao rubro. Ou melhor, devia continuar ao rubro, dado que ultimamente têm surgido novas informações que parecem ser interessantes para toda a gente, menos para os jornalistas.

Aquando do Natal, a estoirou a polémica das múltiplas contratações em decoração, da câmara municipal de Setúbal ao decorador João Maria. Quase 250 mil euros só ano passado, que por acaso foi só o ano em que se iniciou a pandemia e em que secalhar os 250 mil euros poderiam ter feito jeito para ajudar alguém.

Numa pesquisa superifical ao site BASE, onde se consultam os ajustes directos e outras contratações públicas neste país, podíamos verificar que era prática comum, nos último anos, a CM Setúbal recorrer aos serviços de decoração do sr. João Maria. No entanto, nunca se tinha chegado aos valores a que se chegou o ano passado.

O facto gerou muita indignação mas mereceu pouca atenção do Executivo liderado por Maria das Dores Meira, que como já é hábito se finge de morta quando há críticas indefensáveis à sua gestão. Acontece que, como dizia uma juventude partidária aos jornais, as decorações de Natal eram afinal apenas a "ponta do icebergue".

Este mês, um blog expôs mais uma descarada movimentação do sr. decorador oficial do reino, João Maria, para continuar a receber ajustes directos da Câmara Municipal de Setúbal. Numa tentativa de chamar menos à atenção e simultaneamente chamar-nos a todos parvos, João Maria criou uma panóplia de empresas para que os ajustes directos não sejam todos atribuídos a uma só entidade, mas a várias. Dá-se uma aparência de diversidade na escolha do prestador de serviços, mas no final vai tudo para ao mesmo bolso: o de sua excelência, João Maria.

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Também esta semana, foi divulgado no Facebook um recorte de jornal, que revelou que a relação entre a atual presidente da câmara de Setúbal e o atual decorador oficial da câmara de Setúbal já vem de longe...

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Estes novos dados, expostos e acessíveis a qualquer um de nós, infelizmente não têm merecido a devida atenção dos media regionais, que, como sempre continuam a fazer um jornalismo que não incomoda nem pretende sequer melgar um bocadinho.

Os media regionais continuam a querer ser sites de publicidade, com medo de afrontar o poder local, expondo os seus podres. O jornalismo em Setúbal não se interessa pelo favorecimento de amigos ou pelas portas giratórias.

Ninguém se incomoda com este por e dispor da sra. presidente, que às claras, na nossa cara, ajuda os amigos com negociatas que nos custam milhares de euros.

A rede clientelar da CDU em Setúbal tem tido um crescimento proporcional às maiorias absolutas e aos anos que acumula na cidade sadina. É preocupante, mas ainda poucos se parecem preocupar. Pelo menos os que ainda não pertencem à lista de bajuladores oficiais ou de silenciados com um favorzinho ou outro.

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