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The Pólis

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Nas últimas semanas tem-se ouvido muito falar na famosa "bomba atómica" dos Presidentes da República, por culpa das trapalhadas consecutivas do Governo de António Costa. 

A última das trapalhadas, a TAP e um secretário de Estado a negociar o nosso dinheiro por Whatsapp e a enviar emails à CEO francesa, sobre o que é preciso fazer para manter o Presidente da República contente e amigável. O lamaçal chega, logicamente, aos pés de mais gente, neste caso os ministros João Galamba ( foi rápido a fazer porcaria, como já tinha previsto aqui no blogue  ), Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. 

Não me vou alongar a detalhar as trapalhadas destes incapazes, já foram amplamente noticiadas e sinceramente já não merecem o tempo de ninguém a escreve-las. 

O que acontece é que temos um Governo re-eleito há não muito tempo, com votação bastante reforçada ao ponto de estar em modo PS-Quero-Posso-E-Mando, mas que contrariamente ao que alguns portugueses que votaram para que isto acontecesse, a maioria não está a ser sinónimo de estabilidade política. 

Pelo contrário temos um Executivo que se farta de tropeçar nos próprios pés, emitindo demissões mês sim, mês não, com um primeiro-ministro que já não consegue ter uma postura coerente face aos casos. Num momento está no estrangeiro e diz que não comenta política interna, mas acaba a comentar. Num momento desvaloriza tudo e mais alguma coisa que um membro do Governo faça, no outro condena e diz que é algo muito grave - como aconteceu agora com Hugo Mendes. 

António Costa gosta de brincar à política, trata-nos como crianças e finge ter uma doutrina de resposta bem instituída, e prossegue na verbalização de incoerências como se se tratasse de estadista de referência. 

O Hugo Mendes foi agora o bode expiatório que obrigou o primeiro-ministro a voltar atrás na relativização de casos dentro do seu Governo. Tudo para salvar os "nomes-fortes" de Medina e Galamba. 

No meio desta confusão há quem clame pelo Presidente da República, exigindo que dissolva o Parlamento, acabe com este desGoverno e nos leve de novo a votos. 
Santana Lopes tem relembrado várias vezes que, por muito menos Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento, quando há época o social-democrata substituiu Durão Barroso tornando-se primeiro-ministro de um Governo PSD/CDS.

O CDS-PP também tem pedido várias vezes a dissolução, o CH quer apresentar uma moção de censura e a IL até já apresentou uma há algum tempo. 

O Presidente já recusou fazê-lo, há quem diga que toma essa opção porque não encontra na Oposição uma alternativa forte e consolidada que não passe apenas por colocar um PSD a meio gás apoiado por um partido de protesto. 
Não sei se é esse o motivo, porém concordo que Marcelo não deve usar a famosa "Bomba Atómica". É verdade que Jorge Sampaio a utilizou há uns anos atrás por puro calculismo e militância. É verdade que nos empurrou para José Sócrates por meia bola e fogo. 
E é por isso mesmo que Marcelo não o deve fazer. Presidir o país não é um exercício de vinganças, por isso nao faz sentido pedir ao PR que faça aquilo que não gostámos que os outros nos fizessem. É essa a diferença entre ter um Presidente da República, de Esquerda, e um Presidente da República, de Direita. 

O segundo não assume o mais alto cargo da nação para fazer fretes ao partido, assume-o com sentido de responsabilidade e de Estado. Como tal, havendo um Governo com Maioria Absoluta, esses votos devem ser respeitados. A maioria das pessoas quis este Governo, não faz sentido que 1 homem o mande abaixo por que este não se consegue organizar devidamente (Até certo ponto, claro...). 

Se o Governo ainda não considerou que se deve demitir, se os deputados do PS ainda não consideram que o desgoverno coloca em causa o prestígio e om funcionamento do país, então devem continuar. Temos todos de arcar com as consequências do que a maioria escolheu. É a democracia. 

Eu também não quero ter este Governo, mas acho que devem ser eles a assumir a porcaria que fazem e a sair pelo próprio pé. Para que não haja dúvidas, para que não tentem a cartada do "não nos deixaram continuar", "instrumentalizaram o Presidente da República" etc, etc. 

O Governo há de cair de podre. Até lá, é bom que algum partido de Oposição comece a mostrar sinais de tem um projeto para o país. 

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