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The Pólis

O primeiro-ministro finalmente já assume a possibilidade de baixar o IVA nos bens alimentares essenciais. Pena que estejamos na fase de "possibilidade", pois o tema já não é novo.

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Fernando Medina tinha recusado por completo esta medida em outubro do ano passado, 5 meses depois o primeiro-ministro veio dar a nota de que afinal o ministro das finanças estava errado. Afinal, tal como N instituições especializadas em nutrição, consumo, estudos sociais disseram que a medida era elementar para começar a implementar um alívio nos mais pobres, afinal o Governo lá pensou que secalhar tinham razão. 

Não deixa também de ser curioso que o primeiro partido político a propor a medida, tenha sido um partido que não está no Parlamento, o CDS-PP. Leva-nos a pensar se foi uma boa troca que fizeram no Parlamento se a Direita que lá está não faz Oposição nem tem a iniciativa de levar propostas para o combate à pobreza. 

Voltando à teimosia do Governo em não baixar o IVA até agora, há que ter a noção do quão ofensiva essa teimosia é tendo em conta o estado deste país. Falamos de um país que nos cobra cada vez mais taxas e impostos e em troca oferece-nos serviços cada vez mais degradados. 

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O mínimo que podiam fazer agora era ter a noção de que devem levantar um pouco a bota do nosso pescoço, e deixar-nos respirar um pouco. Um Governo sério não se ficaria pelo IVA, diminuiria também impostos sobre o rendimento, porque se já não é justo que um homem trabalhe o mês inteiro e no final tenha de dividir o que ganhou com o Estado, ainda menos o é no momento atual.Um Governo sério sabe que não pode controlar preços, mas pode retirar o seu peso de cima da economia, de cima das pesssoas, de cima das empresas. 

Infelizmente não temos tido um Governo sério, temos tido um Governo que pretende apenas governar a sua manutenção no poder. Um Governo cuja plano estratégico para o futuro do país é "o que vier a seguir que feche a porta". 

André Martins e o seu executivo CDU, em Setúbal, insistem em propagandear uma mentira dissimulada, para ficarem bem na fotografia. 

Em novembro anunciaram algumas medidas de combate à inflação, onde constava uma muito interessante: 

 "é com muita satisfação que hoje podemos anunciar que decidimos injetar na economia, em especial na local, ainda antes do final deste ano, mais nove milhões de euros. "

Esta semana voltaram à carga, através do jornal municipal, pago pelos contribuintes, a anunciar que injetaram os tais nove milhões de euros. O problema disto? É que não é verdade. A Câmara não está, num gesto de solidariedade a injetar 9 milhões de euros na economia local para combater a inflação. 

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Aliás, convido o leitor a refletir dois segundo acerca da frase. Como é que se chega ao valor de nove milhões de euros? Calcularam quanto necessitava a economia local? É o máximo que podem "injetar"? O mínimo? Calcularam partindo do princípio que os vão distribuir igualmente como postula o comunismo ou equitativamente como postularia o bom-senso em caso de redistribuição? 

Nada disto é respondido no comunicado nem em qualquer outro veículo de propaganda da CDU em Setúbal porque não estão a injetar absolutamente nada. Passando o título da "novidade" que nos deram em novembro, avançamos para as pequenas letras, e lá pelo meio conta a verdade da mentira: 

"Esta verba vai ser canalizada para o pagamento de faturas em atraso a empresas prestadoras de serviços à autarquia e para a regularização de apoios ao movimento associativo que se encontravam prometidos até ao final deste ano."

Em suma, a Câmara vai pagar o que deve a fornecedores e o que deve a quem prometeu que pagava este ano. Pelos vistos são necessárias mais crises económicas para que os fornecedores tenham as suas faturas liquidadas mais rapidamente. 

Fica exatamente essa questão: se podiam pagar as faturas porque é que deixam o pagamento em atraso? Quem é que avalia o impacto na economia local, do atraso no pagamento de faturas? Tem a Câmara Municipal de Setúbal cara para estar a anunciar com pompa e circunstância um pagamento de dívidas, como se fosse um apoio? O tempo todo em que prejudicaram os fornecedores ao não lhes pagarem não gera suficientemente vergonha para que se contenham nestas tolices de anunciar uma "injeção de 9 milhões de euros na economia local"?

Ficam as dúvidas, mas sobretudo espero que os setubalenses tenham conhecimento destes factos e não sejam enganados nestas tentativas de nos atirarem areia para a cara. 

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