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The Pólis

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Nas últimas semanas tem-se ouvido muito falar na famosa "bomba atómica" dos Presidentes da República, por culpa das trapalhadas consecutivas do Governo de António Costa. 

A última das trapalhadas, a TAP e um secretário de Estado a negociar o nosso dinheiro por Whatsapp e a enviar emails à CEO francesa, sobre o que é preciso fazer para manter o Presidente da República contente e amigável. O lamaçal chega, logicamente, aos pés de mais gente, neste caso os ministros João Galamba ( foi rápido a fazer porcaria, como já tinha previsto aqui no blogue  ), Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. 

Não me vou alongar a detalhar as trapalhadas destes incapazes, já foram amplamente noticiadas e sinceramente já não merecem o tempo de ninguém a escreve-las. 

O que acontece é que temos um Governo re-eleito há não muito tempo, com votação bastante reforçada ao ponto de estar em modo PS-Quero-Posso-E-Mando, mas que contrariamente ao que alguns portugueses que votaram para que isto acontecesse, a maioria não está a ser sinónimo de estabilidade política. 

Pelo contrário temos um Executivo que se farta de tropeçar nos próprios pés, emitindo demissões mês sim, mês não, com um primeiro-ministro que já não consegue ter uma postura coerente face aos casos. Num momento está no estrangeiro e diz que não comenta política interna, mas acaba a comentar. Num momento desvaloriza tudo e mais alguma coisa que um membro do Governo faça, no outro condena e diz que é algo muito grave - como aconteceu agora com Hugo Mendes. 

António Costa gosta de brincar à política, trata-nos como crianças e finge ter uma doutrina de resposta bem instituída, e prossegue na verbalização de incoerências como se se tratasse de estadista de referência. 

O Hugo Mendes foi agora o bode expiatório que obrigou o primeiro-ministro a voltar atrás na relativização de casos dentro do seu Governo. Tudo para salvar os "nomes-fortes" de Medina e Galamba. 

No meio desta confusão há quem clame pelo Presidente da República, exigindo que dissolva o Parlamento, acabe com este desGoverno e nos leve de novo a votos. 
Santana Lopes tem relembrado várias vezes que, por muito menos Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento, quando há época o social-democrata substituiu Durão Barroso tornando-se primeiro-ministro de um Governo PSD/CDS.

O CDS-PP também tem pedido várias vezes a dissolução, o CH quer apresentar uma moção de censura e a IL até já apresentou uma há algum tempo. 

O Presidente já recusou fazê-lo, há quem diga que toma essa opção porque não encontra na Oposição uma alternativa forte e consolidada que não passe apenas por colocar um PSD a meio gás apoiado por um partido de protesto. 
Não sei se é esse o motivo, porém concordo que Marcelo não deve usar a famosa "Bomba Atómica". É verdade que Jorge Sampaio a utilizou há uns anos atrás por puro calculismo e militância. É verdade que nos empurrou para José Sócrates por meia bola e fogo. 
E é por isso mesmo que Marcelo não o deve fazer. Presidir o país não é um exercício de vinganças, por isso nao faz sentido pedir ao PR que faça aquilo que não gostámos que os outros nos fizessem. É essa a diferença entre ter um Presidente da República, de Esquerda, e um Presidente da República, de Direita. 

O segundo não assume o mais alto cargo da nação para fazer fretes ao partido, assume-o com sentido de responsabilidade e de Estado. Como tal, havendo um Governo com Maioria Absoluta, esses votos devem ser respeitados. A maioria das pessoas quis este Governo, não faz sentido que 1 homem o mande abaixo por que este não se consegue organizar devidamente (Até certo ponto, claro...). 

Se o Governo ainda não considerou que se deve demitir, se os deputados do PS ainda não consideram que o desgoverno coloca em causa o prestígio e om funcionamento do país, então devem continuar. Temos todos de arcar com as consequências do que a maioria escolheu. É a democracia. 

Eu também não quero ter este Governo, mas acho que devem ser eles a assumir a porcaria que fazem e a sair pelo próprio pé. Para que não haja dúvidas, para que não tentem a cartada do "não nos deixaram continuar", "instrumentalizaram o Presidente da República" etc, etc. 

O Governo há de cair de podre. Até lá, é bom que algum partido de Oposição comece a mostrar sinais de tem um projeto para o país. 

Já não era sem tempo de Manuel Luis Goucha começar a responder à letra, às barbaridades que lhe atiram a propósito dos seus convidados ou das suas escolhas políticas.

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Infelizmente há muitos portugueses que não conseguem distinguir o padeiro do papo-seco. Achar-se que tem algum cabimento considerar o Goucha um nazi ou um fascista porque convida a pessoa X,Y ou Z, é de uma impressionante falta de bom senso.

Ninguém pensou que ele fosse comunista por convidar o João Ferrerira, nem certamente ninguém pensará que ele é sportinguista se convidar o Rúben Amorim. Estas tolices só acontecem quando o convidado é detestado pela trupe da Esquerda. 

 

Porém, temos pena. O Manuel Luis Goucha continuará a convidar quem bem lhe apetecer, já explicou por várias vezes que tenta levar gente que pense diferente dele porque considera que so percebendo o que os outros dizem é que se podem formar opiniões decentes. Por muito que custe aos wokes deste país, ele é um comunicador de coragem, firme das suas convicções e sem receio dos ridículos "cancelamentos".

Espero que continue a responder à letra aos frustrados de esquerda, até porque é divertido. E que permaneça sem qualquer problema em participar civicamente na política, como fez na candidatura de Suzana Garcia.

E se forem espertos, CDS, PSD ou IL, devem começar a tentar beneficiar destas posições do Goucha. Partilhando-as, comentando-as e através de convites para iniciativas feitas à medida dele. 

 

Desde que os dois novos partidos, Iniciativa Liberal (IL) e CHEGA! (CH) apareceram, que se tentam encontrar tanto os motivos para terem aparecido como as suas principais fontes de importação de militantes e apoiantes.

Um dos principais apontados é sempre o CDS-PP, ainda que já esteja devidamente provado que, principalmente no caso do CH, vão beber a várias fontes. E ainda que também seja um exercício mais dado à imaginação, pois que eu saiba ainda não existem fichas de militância em que perguntam pelo ex-partido.
Essa ideia está ligada ao facto dos centristas não conseguirem performances animadoras nas sondagens. Vale o que vale, não é o assunto que me leva a escrever este texto.

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O que me traz aqui hoje é o sub-aproveitamento que o CDS fez da existência destes dois partidos, que se nota ainda mais agora em período de campanha.
Francisco Rodrigues dos Santos (FRS) podia ter aproveitado para trazer ao de cima alguma diferenças relevantes entre o que significa ser/estar no CDS e o que representa ser/estar na IL ou no CH. Ou por outra, até o tentou fazer, mas creio que da forma menos conseguida (sem ofensa para os novos outdoors).

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O ideal, como é óbvio, é que os partidos definam as suas mensagens com muita antecedência face às eleições, que aproveitem esse tempo para ir incutindo ideias e propostas e, no final, o culminar desse trabalho seja uma campanha focada na consolidação e reforço de mensagens chave. Nenhum partido faz isto, acham todos que é em 30 dias que vão reunir com meio mundo e convencer as pessoas que o seu projeto é o melhor.
É como recolher um frasco de areia da nossa praia favorita e ir à praia ao lado espalhá-la no chão e pedir as pessoas para que a pisem e percebam que a nossa praia é a melhor. Enfim, adiante.

O que ainda assim o CDS podia ter feito, porque era possível, era explicar aos poucos que atentam aos micro debates televisivos e aos não tão micro debates radiofónicos, porque é que, ao contrário do que os pensadores (comentadores) oficiais do reino vaticinam, o aparecimento de 2 partidos à direita, não é uma sentença de morte para o histórico PP.

O Centro Democrático Social - Partido Popular, é um partido que abrange, ideologicamente, o espectro que vai do centro à direita (Centro > Centro-Direita > Direita ). É uma organização política sobre a qual, após o 25 de abril, ficou com o ónus de representar toda a Direita, após a proibição de todos os partidos desse espectro. A sua existência, ao início, não foi pacífica e foi preciso bastante resiliência para chegar aos dias de hoje.

O que é certo, e o que se tornou numa imagem de marca do partido, foi a qualidade que acrescentava à intervenção política. Por trazer propostas e protagonistas que elevavam a fasquia. Isso é unânimemente reconhecido entre eleitores e entre políticos. Não significa concordar com as posições do partido, mas sim reconhecer-lhe uma prática de valor, naturalmente conduzida por intervenientes que demonstravam coerência, habilidade e respeito entre pares.

Ora isso não era obra do acaso, e eu direi que tem um ingrediente fundamental:

A cooperação, o equilíbrio e produtividade que advém quando juntamos à mesma mesa os três principais pilares ideológicos do partido - o liberalismo, o conservadorismo e a democracia-cristã.

Os 3, conjuntamente, é que tornaram o projeto "CDS" num projeto de centro à direita equilibrado. Nem demasiado avesso à mudança, nem apenas interessado em cifrões, nem com pretensão de se tornar num partido clerical. A coexistência destas 3 artérias, a bombear para o objetivo de melhorar consistentemente o país, permite que nenhuma se sobreponha.

E para que é que isto interessa?
Para refletir sobre se realmente o CDS-PP ficou ou não amputado com o aparecimento da Iniciativa Liberal e do CHEGA!.

Reparem que é perfeitamente legítimo que FRS queira construir uma ideia de que o CDS é um partido conservador apenas. Um caminho que eu não aconselharia, mas legítimo. Ele e a sua Direção, com os devido aconselhamentos (ou não), acharam que o CDS tinha de encontrar um novo espaço, um novo lugar, entre a IL e o CH.
Como uns dão a ideia de que são muito modernos e inovadores e os outros de ser a direita do bota-abaixo, do protesto, achou FRS que o novo papel dos centristas é o de se asssumirem como "Direita Certa", "Direita Tradicional" ou "Direita Clássica" como diz Telmo Correia.

Na minha humilde opinião, a narrativa que este partido devia ter adotado, até porque é aquela que me parece fazer mais sentido tendo em conta não só o percurso histórico em Portugal, mas também a família política europeia a que pertence, era a de chamarem a si valores que são naturalmente apreciados na nossa cultura: serenidade, sensatez, equilíbrio, humildade.
Ou seja, afirmar-se como o centro da Direita.

Porque é indiscutível que os portugueses, e podemos mesmo dizer o próprio ser humano, tem uma atração natural por pontos de equilíbrio. Gosta de estar associado a valores de referência. "No meio está a virtude", porque o meio assume-se como capaz de absorver o melhor do que o rodeia.

A forma correta de o CDS recuperar estatuto, é tornando-se no ponto de encontro dos valores que os simpatizantes e demais eleitores afectos à Direita, aspiram ver aplicados nas suas vidas. A voz da razão, do bom senso. O adulto na sala que ouve, pensa e depois fala.

Nesse sentido será útil a este partido afirmar que a IL e o CH não o prejudicaram, mas sim criaram mais uma peneira, mais um apuramento que ajudou novamente ao reequilibrio do CDS. Explicado de outra forma, a mensagem em extended version seria algo como:

Quem apenas via cifrões à frente, quem fazia tábua rasa dos valores e tradições que são abundantes numa nação com 900 anos de história. Quem tem uma forma de ver o mundo no qual o dinheiro tudo paga, tudo substitui, encontrou um lugar confortável na IL. A Direita que prescinde de qualquer moral e que não se incomoda com a destruição de valores humanos por um "preço justo", não é a Direita que o CDS quis alguma vez ser. E essa é uma forma de estar que devem justificar o porquê de não partilharem dela. 

Devem explicar que não vêem os vícios destruidores, os dramas e problemas das pessoas como oportunidades, e que por isso projectam um Estado que renuncia  a qualquer cêntimo proveniente da droga ou da prostituição. Que é preferível investir na prevenção destes problemas e na ajuda a quem quer recuperar as suas vidas. Um filho que mata os pais para os roubar, motivado pelo vício, não é um possível cliente de uma venda legalizada de droga. É alguém a quem a droga levou à rutura total com a sociedade em que vive.
Um ser humano que vive da exploração sexual de outros seres humanos não é um possível empresário.  E não, a  maioria das pessoas que se prostituem não o fazem por gosto.

Aqueles que procuram explorar as frustrações da população, canalizando-as para bodes expiatórios que não respondem. Aqueles que procuram ser ultramoralistas, que criam um ambiente de sharia (irónico não é?) tão grande que as propostas mais abjetas são ditas com naturalidade. Os que consideram que vale tudo na punição e que o braço armado do Estado não tem de prestar contas a ninguém, esses encontram um lugar confortável no CH.

A esses o CDS deve dizer que há uma diferença entre respeito e medo. Entre rigor e fiscalização em contraste com a generalização e a humilhação. Que a única coisa que liga estes dois novos partidos ao CDS é o desejo de contas certas no caso de um, e de justiça no caso do outro. Mas que ambas as bandeiras as foram buscar ao mais familiar partido do Centro Direita, e que fora dele fazem uma defesa hiperbolizada e disfuncional delas.

Um liberal sem a influência da democracia-cristã e do conservadorismo, torna-se a caricatura do capitalista sem coração. Um conservador com más companhias torna-se num populista sem soluções e apenas com críticas para apresentar.  Apenas juntos criam valor e isso só se encontra no CDS, se este se souber auto-aproveitar e relembrar que sempre foi no centro da Direita que se defendeu a liberdade, a responsabilidade, a diversidade e a humanização.

Devem demonstrar que, sem exageros nem fixações, continuam a ser os que contrapõem à burocracia, à política de remendos, ao ludibriar com a "gratuitidade", da Esquerda, um projeto de responsabilização, prevenção, transparência e eficácia. Que não se fazem omoletes sem ovos e que Roma não se faz num dia. Que na moderação e na capacidade de escutar e de apostar em nós é que se leva um país a bom porto.

PS: Hoje há CDS vs CHEGA! em debate, confesso-me curioso.

O PSD fez o que era expectável. Durante esta semana ficámos a saber que a Direção do PSD chumbou a coligação pré-eleitoral com o CDS. Pelo que veicula na comunicação social, Rui Rio não se pronunciou e deixou a sua Comissão Política Nacional decicidir sem influência do presidente.


Secalhar alguém lê esta informação e pensa que é um gesto muito democrático de Rui Rio. Aliás até pode ter sido esse o objetivo de Rui Rio ao passar esta informação para a comunicação social: enganar alguém mais distraído.


No entanto, lamento desiludir, mas Rui Rio não se pronunciou porque já sabia que decisão seria tomada pela CPN e possivelmente por toda ela, tendo os 3 votos a favor sido feitos para a notícia não fosse a unanimidade contra o CDS - não esquecer que podem ainda precisar do partido de Francisco Rodrigues dos Santos.

Percebo o argumento de alguns, do PSD e do CDS, de que os seus partido precisam de ir sozinhos para mostrarem o que valem. Porém, o que espero de líderes políticos do espectro não socialista, após 6 anos de governação ininterrupta do Partido Socialista, e com tudo a apontar para mais 4, é pragmatismo.
E este pragmatismo passa por ter a humildade e a inteligência de ver que há uma marca política de centro-direita que funciona em Portugal. Essa marca chama-se PSD/CDS, venceu as duas últimas eleições legislativas e conseguiu muito bons resultados nestas últimas autárquicas, até mesmo no alentejo.

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O pragmatismo de reerguer esta marca, dota-la das ferramentas e dos recursos humanos necessários para relembrar aos eleitores que esta é uma marca de confiança, de boa governação e de boa aceitação internacional. Que é a marca não socialista por excelência, em que milhares de portugueses confiaram localmente, e que é sempre chamada para resolver os problemas gravíssimos que são deixados nas secretárias dos ministérios quando se deixam por lá muito tempo os socialistas e as suas famílias.

Este modo de ver a política, como um serviço e sobretudo agora como uma missão de salvação do país (digo mesmo salvaçao, pois basta lermos todos os indicadores de crescimento para ver que Portugal é o país que mais afunda na UE, e em que os cidadãos vivem cada vez pior) de uma rota de desastre irrecuperável seria o que se exige num momento destes. Este seria o momento para o fazer. Não foi o entendimento do PSD. Porquê?

Porque como bom partido de caciques e de jogo político pelo poder, o PSD não consegue limpar as remelas do maquiavelismo. Não seria grave se estivessem a fazê-lo contra a Geringonça, mas optam por fazê-lo contra Portugal. Tal como o escorpião, que não consegue recusar a sua natureza, também o PSD não consegue evitar de ser traiçoeiro e, fazendo uso das sondagens que Rui Rio tanto critica, acha que é o momento ideal para se descartar do CDS, considerando que desse modo lhe dão a estocada final.

Este é um PSD que se demonstra pouco recomendável. Na incerteza e na avaliação de cenários possíveis, Rui Rio e os seus correligionários preferiram a probabilidade de matar o CDS, que a probabilidade de com o CDS, afastar António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa do poder.

Todos iremos sofrer as consequências desta decisão. Até Rui Rio.

Os socialistas são do pior, têm destruído o país e permitido um lastro de corrupção. Por estes e outros motivos, é necessário afastar o PS do poder o mais rapidamente possível.
O PSD é o PS-2, por isso não merece a confiança dos portugueses. Dito isto, estou disponível para integrar um Governo do PSD, se tiver 4 ministérios. Porque o PSD é o PS-2, e o PS é terrível.

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Não, não estou maluco. Estou a resumir a lógica com que André Ventura nos brindou na última semana e meia. É líder partidário mais fléxivel alguma vez ja visto. Ou mais troca-tintas. Diria até que deve ser o líder que mais toma por parvos os seus eleitores.
O presidente do Chega! diz tudo e o seu contrário, várias vezes, sem que ninguém o confronte com isso. Aí, a culpa é de uma comunicação social que, como já natural, se demonstra amadora quando tem de escrutinar políticos. Findo o Congresso do partido de Ventura, e correram imediatamente a morder todos os iscos que ele lançou: por exemplo, falar em "Deus, Pátria, Família e Trabalho" para a seguir dizer que representa Sá Carneiro ou lançar para o ar a ideia de que há um deputado do CDS que poderia vir a migrar para o CH. Os jornalistas lambuzaram-se com estas declarações e esqueceram-se e fazer o seu trabalho.

Só é lamentável que, por inércia do PSD, CDS e IL, a caricatura da direita esteja a tomar forma de real representação. Será prejudicial que futuramente, nem à direita nem à esquerda, exista seriedade e atitude reformista.

Na outra ponta do espectro, o irmão gémeo do CH, tambem teve mais um clássico momento em que revelou aquilo que é. Um projecto que assenta na infantilização do eleitorado, com vista à polarização. Por outras palavras,  "o que defendemos tem objetivo de melhorar a tua vida, o que os outros defendem tem o objetivo de prejudicar a tua vida".

Os "Jovens do Bloco" brindaram-nos com uns belíssimos panfletos, de layout igual aos da Iniciativa Liberal, ao quais tiro o chapéu pelo esforço, mas que unicamente tinham como mensagem dizer que a IL vinha aí para nos fazer mal.
Não se pode esperar muito de um partido trotskista, que vê nos projetos alternativos um alvo a abater (literalmente), no entanto confesso que ainda me surpreenderam, talvez porque já não faziam uma destas desde o tempo da troika, em que queriam que acreditássemos que o Passos Coelho se levantava de manhã e bebia um cocktail com o sangue das nossas carteiras.

"Slogans coloridos, promessas de amor ao "mérito" e ódio à esquerda. Os liberais vestem-se de novo com ideias velhas. O seu programa encontra-se na IL, CH e direita tradicional. Não querem saber do teu emprego, da tua vida, do mundo em que vivemos.Os liberais declararam-te guerra." - a descrição que juntam à divulgação nas redes sociais, dos seus magníficos panfletos.

 

O cúmulo dos cúmulos, é mesmo dizerem que os liberais são "os melhores amigos dos ditadores". Tal como no Chega, o Bloco também quer passar atestados de estupidez aos portugueses. Felizmente está bem documentado o apoio dos militantes do Bloco de Esquerda a ditadores e a ditaduras, ou não fosse este um partido comunista.
Produzir panfletos para pura difamação e tentativa de degradação de imagem de outros partidos é um degrau importantíssimo rumo à lama política. São estes senhores que depois fingem ser contra a polarização da política, atribuindo-a à postura dos partidos da direita.


Foram estes os flagrantes momentos de política rasteira que pudemos observar só nesta última semana e meia, por parte dos nosso dois partidos mais rasteiros (desculpem a repetição) em atividade.

Quem não se revê nesta forma de exercer a política, no reduzir daquela que devia ser uma atividade nobre,à ofensa gratuita e à mentira, tem um papel a desempenhar. Esse papel passa por não ceder, por muito tentador e fácil que seja agir desta forma, a este nível baixo de política. Passa por exigir dos partidos a maturidade e a postura institucionalista que devem ter. Que apresentem propostas e que andem na rua sim, mas para nos ouvir. Exigir que não deixem o país enredar-se num lamaçal improdutivo. Que se foquem em não atrapalhar a vida a quem quer produzir e procurar a sua felicidade em Portugal.



A palavra "eurodeputado" sempre me trouxe uma carga diferente, como se fosse um super deputado.
Ainda que os nossos eurodeputados de "super", à primeira vista possam ter apenas o vencimento, se comparados com grande parte dos portugueses. Ou talvez o super até se adequasse quando relativo ao desconhecimento que a maioria de nós tem sobre o que fazem em Bruxelas - atenção aos mais precipitados, pois dizer que há desconhecimento sobre o que fazem é (muito) diferente de dizer que não fazem nada.

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No último par de semanas, anunciaram intenção de candidatura às presidências do CDS e PSD, respetivamente e por ordem cronológica, Nuno Melo e Paulo Rangel. Os veteranos eurodeputados, querem voltar de vez e apontam para a liderança das suas casas.

Nuno Melo já putativo candidato à vários anos, assume finalmente o "desígnio" que muitos antecipavam. Paulo Rangel, que já tinha tentado vencer a presidência do PSD, retorna dez anos depois, com mais capital político e muito mais tempo de presença na comunicação social.

São ambos personagens políticas mais próximas dos duas últimas figuras que colocaram PSD e CDS na governação do país,Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. Ainda que essa aproximação seja muito mais nítida em Nuno Melo que em Paulo Rangel, se tivermos em conta que este último perdeu a sua primeira incursão à liderança do partido precisamente para Pedro Passos Coelho. No entanto, tal como Melo reúne apoios de "portistas" , Rangel agrega os "passistas".

Se isto só por si conta como vantagem ou desvantagem para estes candidatos, é difícil de saber, mas que pode conquistar muitos saudosos da PáF, pode.
No CDS, caso a vitória sorria a Nuno Melo, nunca chegaremos a saber que valor tem Francisco Rodrigues dos Santos em Legislativas, e se seria capaz de obter um resultado melhor que Assunção Cristas (mesmo que em coligação, como parece ser a intenção) sendo que essa é uma das principais críticas dos seus apoiantes à antecessora de "Chicão". 
No PSD, em caso de vitória do challenger Paulo Rangel, este terá daí a pouco tempo, o momento para demonstrar se valeu ou não a pena a aposta dos seus correligonários na mudança de presidência, tendo que fazer melhor que Rui Rio nas eleições que acontecem dentro de pouco mais de um ano.

Caso tudo fique na mesma, e a dupla Francisco Rodrigues dos Santos/Rui Rio sobreviva às eleições internas dos dois históricos partidos, ficarão ambos com mais uma "medalha" de combate interno (a contagem ficará em duas e meia para "Chicão, três para Rio), com mais dois potenciais predadores das suas presidências postos de lado, pelo menos temporariamente. Teremos, nesse caso, em 2023, a estreia de Rodrigues dos Santos em legislativas enquanto presidente do partido e aquela que será certamente a última eleição de Rui Rio à frente do PSD, caso perca novamente as eleições - "fool me once, shame on you, fool me twice, shame on me.”

Seja como for, os próximos dois meses são decisivos para os dois partidos, com os seus militantes a serem chamados a pronunciar-se sobre quem querem que enfrente António Costa em 2023. Serão também, certamente, momentos interessantíssimos de acompanhar para todos os "viciados" em política.

"O que vai ser do CDS"

artigo de Lourenço Pereira Coutinho

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Fica a sugestão de artigo, pequeno mas assertivo, sobre o histórico CDS. Hoje, no Expresso:

 

Não é a primeira vez que o escrevo neste espaço: custa-me ver o CDS reduzido a um partido inexpressivo, que não consegue passar a mensagem e que só é noticia pelas desavenças internas. Quem observe à distância, como é o meu caso, apenas vislumbra algo em desagregação e que corre o risco de desaparecer.

Não é demais recordar que o CDS foi o único partido que, em 1976, votou contra a visão marxista da primeira versão da nossa constituição e que, depois, prestou um contributo decisivo para a afirmação de um regime verdadeiramente plural e civilista. A partir de 1979, e com exceção do tempo cavaquista, o CDS fez sempre parte das soluções governativas de direita, e os seus quadros, a maioria de reconhecido mérito, contribuíram de forma valiosa para a saúde da nossa democracia.

O CDS não merece pois o que está a acontecer. Esta é sem dúvida a sua crise mais preocupante, pior até que a vivida durante as maiorias cavaquistas. Então, contava com deputados da dimensão de Nogueira de Brito, Lobo Xavier e outros. Podia ser o partido do táxi, mas este transportava políticos de grande qualidade.

A crise vivida entre 1987-1992 foi porém de magnitude, pois as maiorias absolutas do PSD podiam ter aniquilado o CDS. Tal não aconteceu porque a dupla Manuel Monteiro/Paulo Portas (este então ainda fora da política partidária) vincou, a partir de 1992, um discurso diferenciador, com laivos de populismo, que atraiu os descontentes com o cavaquismo, na altura já muitos, e garantiu um bom resultado nas eleições de 1995.

A partir de então, o partido manteve políticos de valor mas, gradualmente, tornou-se dependente de um único homem: Paulo Portas. Este teve o mérito de reafirmar o CDS como partido imprescindível mas o demérito de secar tudo o que não girava à sua volta. A diversidade que caracterizava o CDS - democratas-cristãos; conservadores e liberais, esbateu-se assim no portismo. O atual drama dos centristas reside precisamente na sua incapacidade de superar a orfandade de Paulo Portas, agora no comentário televisivo e a fazer o tirocínio para uma provável candidatura à presidência da república.

Com as suas muitas qualidades e vários defeitos (bem contrabalançados entre 2011-15 pela firmeza ponderada de Passos Coelho) Paulo Portas é para mim o político de direita melhor preparado e mais fazedor desde Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa. Sabe definir uma estratégia diferenciadora e como lá chegar, é carismático, pragmático e um comunicador nato. Ora Francisco Rodrigues dos Santos é o contrário disto tudo. A falta de carisma e de flexibilidade tática impede-o de unir o partido e de seduzir um eleitorado agora com mais escolha.

Pior, a sua estratégia não passa para a opinião pública: com esta liderança, o partido é democrata-cristão, conservador ou popular? E quais as diferenças entre ser popular e populista? Que estratégia de alianças? Qual o posicionamento face ao PSD? - com Rui Rio estacionado ao centro, o CDS perdeu uma oportunidade de ouro para captar eleitorado de direita - E que propostas diferenciadoras, como convencer que o CDS continua a ser indispensável? Acredito que Francisco Rodrigues dos Santos tenha respostas para tudo isto, o problema é a sua incapacidade de as explicar e de as pôr em prática. Atualmente, o CDS conta muito pouco.

O desconforto de Nuno Melo a fazer campanha para as autárquicas junto a Francisco Rodrigues dos Santos foi notoriamente constrangedor e revelador. Simbolicamente, espelha a fratura irreconciliável entre a elite portista e a apregoada linha popular de Rodrigues dos Santos. Curiosamente, a bandeira popular foi precisamente a que Paulo Portas usou para se afirmar no CDS. Enquanto a elite portista inspira-se no politico grave do século XXI - ministro, vice primeiro ministro e mais que provável candidato à presidência da República - Rodrigues dos Santos parece estar a trilhar os mesmos caminhos do “Paulinho das feiras”. O que vai ser então do CDS? Um portismo sem Portas? Ou, então, um híbrido entre o PP do “Paulinho das feiras” e o populismo de Ventura? Por enquanto, o partido continua órfão, e claramente na sombra.

 

 

Quem olhe para os jornais, quem ouça alguns políticos, julga que desde domingo houve uma mudança brutal no clima político e que vêm aí tempos de grande fulgor para a Direita portuguesa.

A vitória de Carlos Moedas em Lisboa, contrariando expectativas e sondagens, parece ter subido à cabeça de alguns que agora dizem que os "Novos Tempos" do recém inquilino da Câmara Municipal da capital, serão o íncio de novos tempos para a Direita.

Lamento, mas olhando para o que se passou no domingo, não consigo ver o mesmo. Vejo que o PSD superou as expetativas, que Rui Rio geriu muito bem colocando-as sempre no chão, e conseguiu fazer melhor que há 4 anos. Quando a ambição é pouca, ninguém se desilude.
É claro que Lisboa é a autarquia mais mediática, e era sobre ela que estavam a maioria dos olhos postos (infelizmente). É certo que o PSD/CDS reconquistaram a CML das mãos de Medina. Só que não podemos ignorar, que será uma governação minoritária e na qual os partidos da esquerda vão continuar a ter mais peso.

Outro dado que não podemos ignorar é, já agora, o resto do país. E o que nos diz o resto do país é que o PS venceu estas eleições autárquicas e que a par deste só há um segundo partido que pode cantar vitória: o Chega. Com candidatos e candidaturas que não lembram a ninguém, sem propostas, e completamente ridicularizados em televisão nacional, o CH conseguiu canalizar os votos de protesto e acabou a eleger vereadores, deputados municipais e de freguesia um pouco por todo o país. Para primeira aparição em autárquicas, este partido fez um brilharete em comparação com todos os outros pequenos partidos e até com o Bloco de Esquerda.

Infelizmente, é ingénuo dizer-se que está dado o ponto de partida para o regresso da Direita democrática. Houve um fortalecimento, isso sim, da Direita que vive da destruição e que precisa de caos para respirar.

O PSD e o CDS ainda não demonstraram com firmeza que quem quiser enfraquecer o PS, é neles que tem de votar. A IL não entra para esta conta, pois demonstraram nestas autárquicas que estão mais preocupados em parecer um partido "diferente" que em enfraquecer o PS. Houve muitas oportunidades pelo país fora, de retirar mandatos ao PS, e até Câmaras Municipais, e que não se concretizaram graças à IL, que serviu de escudo protetor dos socialistas ao não se querer juntar ao CDS e ao PSD.

No final das contas, há um grande perdedor que é o PCP, que perde força no sul, onde ainda há portugueses que acham que eles têm utilidade.

Há dois líderes que se vão fazer valer de um suposto bom resultado nestas autárquicas para continuarem a sobreviver na liderança dos respetivos partidos, que são Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos.

Uma líder que vai tentar passar pelos pingos da chuva, já que a imprensa continua a ignorar o facto de o Bloco de Esquerda ter ficado reduzido a 4 vereadores a nível nacional. Em 20 anos de existência, o BE não consegue conectar-se com a população numas eleições de proximidade. Porque será...

A IL futuramente começará a ser penalizada por esta tentativa de não ser nem esquerda nem direita, e que por acaso, favoreceu muito a esquerda. No entanto, a par com o PAN, têm um resultado inócuo.

Os dois vencedores são, sem sombra de dúvida, António Costa, que continua a reinar sem dificuldade e Ventura que ganha agora implantação local real para disseminar a sua banha de cobra.

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Debate Autárquicas Setúbal na RTP

A prestação dos candidatos à lupa

Já vou com algum delay, mas não podia evitar de deixar a minha pequena análise à prestação dos candidatos à Câmara Municipal da minha terra, Setúbal.

 

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André Martins (CDU)

Mostrou-se muito pouco à vontade, com uma postura corporal estranha, quase autista. Praticamente só lhe vimos as mãos quando quis espingardar com o seu principal rival, Fernando José. Esconder as mãos o tempo todo enquanto se fala, especialmente num debate, não é um bom sinal de linguagem corporal. Para além de revelar pouco à vontade, demonstra que está a esconder algo, possivelmente o seu desconhecimento dos temas.
A única coisa que veio dizer ao debate foi que já tem investidores preparados para investir na cidade. Quando confrontado com a questão sobre se era candidato de substituição, devido à impossibilidade de Maria Dores Meira se voltar a candidatar, não conseguiu esconder o desconforto. É natural, pois é uma grande verdade.



Fernando José (PS)
O candidato do Partido Socialista, e suposto challenger de facto, teve uma postura condizente com o partido que representa. Vem com um discurso estruturado, cheio de frases elaboradas que de tão genéricas poderiam caber até numa candidatura à associação de condomínios.
Começou a criticar André Martins por este estar a fazer promessas de investimento, para logo a seguir levantar uma imagem feita a computador e prometer um grande pavilhão multiusos. Aliás, pelo que se vai ouvindo deste candidato, parece que a única coisa que o Partido Socialista identifica como lacuna na cidade é a ausência de um pavilhão.
Havendo uma pequena oportunidade de destronar a CDU em Setúbal, o Partido Socialista tinha a obrigação de apresentar um candidato muito mais competente e carismático. Para não falar da campanha miserável, que nem parece vinda de um partido de poder, com meios e máquina - alguém me explica que raio de outdoors são aqueles?



Fernando Negrão (PSD)
É o candidato de postura mais institucional, talvez pela experiência que acumula. Viu-se confrontado, logo de início pelo jornalista, com a questão que os seus principais adversários mais utilizam para o atacar. A demissão do cargo de vereador, durante o primeiro mandato da CDU pós Mata Cáceres.
Negrão justificou com a demissão do então presidente da Câmara, Carlos Sousa, que há época se demitiu com queixas sobre jogos de poder dentro da CDU. O candidato social-democrata disse que saiu em solidariedade com Carlos Sousa e aproveitou para assinalar que Maria Dores Meira, nesse mandato, foi presidente sem para isso ter sido eleita.
Vai ter de repetir esta explicação mais vezes se quiser ver-se livre do boato de que abandonou a vereação porque em Lisboa ganhava mais.



Pedro Conceição (ind + CDS-PP)
Deixem o homem falar que ainda aprendem qualquer coisa. Pedro Conceição é um empresário reconhecido em Setúbal, para além regular auxiliador em várias associações do concelho. Tem muita experiência em gestão e, pelo que se vê, bem sucedida. Parece ter uma postura mais tímida, ainda que empática. Referiu uma questão relevante que bem serve à maioria dos candidatos: Prometem-se equipamentos e formas de gastar dinheiro, sem se apresentar um planeamento. (Para que é que se vai fazer? Que estudos se fazem sobre a prevísivel utilização? Queremos construir por construir ou para realmente colmatar necessidades?) Deu o exemplo dos estádios do Euro2004 que muitos deles hoje não servem para absolutamente nada.



Fernando Pinho (BE)
É uma metralhadora incontrolável. O bloquista Fernando Pinho tem muita coisa para dizer, muita crítica para fazer e não parece ter alvos fixos. Por incrível que pareça, tendo a concordar com várias das suas críticas, como a de referir que a Autarquia só se preocupa em maquilhar o centro da cidade para agradar aos turistas, ficando esta parte da cidade a contrastar cada vez mais com as periferias, onde há bairros sem saneamento básico, ou sem qualquer transporte público.
O candidato do Bloco também defende que devem haver benefícios para as empresas (é mesmo do Bloco?!), não podia concordar mais, meu caro capitali...perdão, camarada!



Luís Maurício (CHEGA)
O candidato do CH é representante de um fenómeno que se verifica em várias localidades do nosso país. Para capitalizar o suposto sucesso de André Ventura (suposto porque até agora só tem sucesso nas sondagens), forçaram-se candidaturas no máximo número de concelhos possível. O resultado é que acabam por ter candidaturas que ninguém poderá realmente levar a sério. Luís Maurício não tem nada para dizer sobre Setúbal, para além de tentar replicar a cartilha que Gabriel Mithá RIbeiro escreveu para o partido. Disse que Setúbal estagnou e limitou-se a repetir esta expressão várias vezes. Esta e a falta de segurança. Não fosse o seu carregado sotaque e pareceria um robô que repete meia dúzia de palavras.
Provavelmente terá alguns votos de protesto e de adeptos ferrenhos de Ventura.

Carina de Deus (RIR + PDR)
Desertora do Chega, a candidata da coligação RIR/PDR apresentou-se no debate da RTP3 visivelmente nervosa. O jornalista ainda a estava a apresentar e já a senhora suspirava...
Não tem qualquer arcaboiço para entrar em argumentação com a maioria dos candidatos, e nota-se que o seu projeto não vai além de uma dúzia de frases generalistas. Sejamos sérios: todos sabemos que esta candidatura não está ali para ganhar nada, mas sim para marcar presença na luta que os partidos pequenos agora fazem para entrar na mesmo onde que apanhou o Livre, IL e CH,

Fidélio Guerreiro (independente)
Quem tem um Fidélio tem um grande defensor da sua terra. Fidélio Guerreiro é experimentado nas lides autárquicas em Setúbal e transmite muita confiança quando fala. Porém, o seu atual ritmo para expressar raciocínios não se adequa à televisão. Ficou muitas vezes a meio das frases por ter esgotado o tempo. Parece ser alguém que procura conhecer a fundo os dossiês e que tendo saído do Partido Socialista, conhece os podres da concelhia de Fernando José.


O debate pode ser revisto aqui. Estas foram as minhas percepções da prestação de cada um dos possíveis inquilinos da Praça do Bocage. Se quiserem, deixem-me as vossas nos comentários.

O Partido Socialista (PS) apresentou no seu último congresso, através do secretário-geral e primeiro-ministro António Costa, propostas de apoio à natalidade e à juventude: nomeadamente o aumento das creches e incremento de benefícios no IRS Jovem.
Acontece que estas mesmas propostas já tinham sido apresentadas pelos seus rivais directos, o PSD, de Rui Rio, e uma delas o PS até votou contra (IRS Jovem).
Os socialistas que têm trabalhado na retórica de que o PSD é um partido sem ideias, sem capacidade para se apresentar como alternativa, arrisca e joga novamente com a memória curta dos portugueses. O PSD não tinha ideias, mas as poucas que tinha ao que parece era tão más que o PS não hesitou em anexá-las ao seu programa.
A surfar nas sondagens, a prometer mundos e fundos, António Costa pega num velho truque político para continuar a cilindrar o PSD - ficar-lhes com as proposta e fazer ouvidos de mercador aos gritos de "eu disse primeiro".

Daqui em diante, o PS defenderá que a proposta é sua e, quanto muito, dirá "se concordam e até dizem que já apresentaram, votem a favor" quando se der o momento de as apresentar no Parlamento.

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No CDS, acontece algo parecido. O presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, reagiu aos anúncios de António Costa, dado que a natalidade é um dos temas mais ligados ao partido desde sempre. Disse que eram "migalhas" e, segundo o Público está a preparar um pacote de medidas para apresentar, afetas à natalidade. Ora também aqui, houve um repescar. "Chicão" que tem, tal como os seus apoiantes, calcado na tecla de "o tempo da Assunção arruinou o CDS",  sabe-se já que inclui neste pacote que vai ser apresentado, uma boa dose de copy/paste das propostas anteriormente apresentadas por Cristas no Parlamento e chumbadas pela esquerda.

No entanto, o caso da réplica de propostas no CDS é muito menos grave, pois o que está dentro de casa é para consumo interno.

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