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The Pólis

Um homem matou outro em Moscavide. Um homem idoso matou um outro homem jovem em Moscavide. Um homem idoso e branco matou um homem jovem e preto.

Escolha a frase que melhor lhe convier.

Infelizmente, pelo ambiente mundial, americanizado, que se vive afastomo-nos sempre do essencial para discutir o acessório. Eu escolho a primeira frase, porque considero ser a correta. Seja qual for a motivação, um homicídio é um homicídio. O que se tenta fazer dele a seguir, é só a amostra da putrefacção que se vive na política.

A discussão patética do "Portugal é Racista" vs "Portugal não é racista", está de volta, e os extremos políticos já a recebem de bom grado.
Eu não sei se Portugal tem um racismo institucional ou não, mas sei que Portugal não tem níveis de racismo comparáveis com aquele que querem fazer crer que temos. Não, os pretos não temem andar na rua, nem temem imediatamente pela vida quando abordados pela polícia. Isto não são os Estados Unidos da América.
Por incrível que pareça, os pioneiros a  importar polémicas americanas para cá, são os mesmos que fazem bandeira, a luta contra o americanismo por representar o climax do capitalismo - falo do Bloco de Esquerda.

O Racismo só não existe onde não exista gente. Deve ser repudiado e criminalizado. Mais que isso tem o efeito inverso: acicata-o. Ter um partido a dizer constantemtente que vivemos num país de brancos contra pretos, vai provocar a existência de um partido que diga o oposto. Até há bem pouco tempo só contávamos com um, agora já contamos com o segundo. O Chega, na sua senda de dar nas vistas, já chamou a si o papel de contraria a esquerda em tudo, nem que para isso tenha de dizer as maiores barbaridades.
Portanto, descemos ao nível em que temos o BE a dizer que há gente que considera não haver racismo em Portugal, e o Chega a dizer que há quem considere que tudo é racismo.

Isto não serve de nada, nem ajuda em nada. Só piora, só divide, só alimenta e cria hostilidades desnecessárias entre portugueses. Estes dois partidos são o espelho um do outro, e aproveitam tragédias para promoverem as suas agendas.

Eu continuarei a fazer o possível por evitar esta dicotomia tola. Acho que é de bom senso, perceber que há gente decente e gente indecente em todo o lado. Nem somos todos santos, nem todos pecadores.

O importante é que se faça justiça, e que o homem que matou outro homem seja punido.

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