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The Pólis

A plataforma Esqrever, à semelhança do que elaborou em 2019 e que eu nao sabia que o tinha feito, publicou uma "análise" às propostas dos vários partidos, chamada "Legislativas 2022: O arco íris também vota".

Segundo o redator Diogo Pereira, o critério é simples "quanto mais e melhores medidas tiver o programa do partido, mais arco-íris ganha. Se tiver medidas discriminatórias e desinformação leva uma nuvem cinzenta. ".
Não sabemos que critério adopta o Diogo, para sentenciar uma medida como melhor nem como discriminatória, sabemos apenas que uns vão levar arco-íris e outros nuvens consoante o que ele achar.

Como devem estar a prever, quem ganhou mais arco-íris foram os partidos de esquerda. E digo que estão a prever porque infelizmente, relativamente a este tema, o senso-comum já está tão manipulado que se assume sempre à partida que à Esquerda estão as pessoas que respeitam a diferença e à Direita os que a discrimam e maltratam. Nada mais errado, mas é o que temos.

Assim sendo, o ranking ficou assim:

1º - BE
2º - PAN
3º - Livre
4º - PS
5º - CDU

a partir daqui já nenhum partido teve arco-íris. IL, PSD E CH não tiveram nada, o CDS teve uma nuvem negra sendo até acusado de "queerfobia".

legislativas-2022-o-arco-iris-tambem-vota-2.png


Não me irei alongar muito sobre esta avaliação, venho apenas escrever que infelizmente o que chamam de comunidade de pessoas LGBTQI+ , são pessoas que estão a ser instrumentalizadas através de uma política mais impulsionada por uns partidos do que outros, nos quais se destaca o BE, que as faz acreditar que as suas principais características, que as definem enquanto ser humano, são coisas como o género, a preferência sexual e noutros casos a etnia.

A Esqrever aqui, tal como em 2019, "pontua" positivamente esta atitude, para que se subentenda, propositadamente ou não, que as pessoas LGBTQI+, só têm propostas nestes partidos. Incentivando a que se desliguem de todo o seu papel na sociedade e que afunilem a sua atenção para propostas muitas delas meramente redundantes e sem significado prático.

Os restantes partidos, como não alinham na atribuição de um valor empolado ao genero e à preferência sexual de cada um, como tomam as pessoas por pessoas, levam uma recriminação. Porque propostas sobre finanças, economia, ambiente ou educação não são propostas para pessoas LGBTQI+ . Faz sentido, não faz?

 



Por último deixo uma citação do psicólogo Jordan Peterson acerca do tema, que me parece resumir bem o problema deste tipo de abordagem:

(...)Your identity is not the clothes you wear, or the fashionable sexual preference or behaviour you adopt and flaunt, or the causes driving your activism, or your moral outrage at ideas that differ from yours: properly understood, it’s a set of complex compromises between the individual and society as to how the former and the latter might mutually support one another in a sustainable, long-term manner. It’s nothing to alter lightly, as such compromise is very difficult to attain, constituting as it does the essence of civilization itself, which took eons to establish, and understanding, as we should, that the alternative to the adoption of socially-acceptable roles is conflict — plain, simple and continual, as well as simultaneously psychological and social.

The continually expanded plethora of “identities” recently constructed and provided with legal status thus consist of empty terms which (1) do not provide those who claim them with any real social role or direction; (2) confuse all who must deal with the narcissism of the claimant, as the only rule that can exist in the absence of painstakingly, voluntarily and mutually negotiated social role is “it’s morally wrong to say or do anything that hurts my feelings”; (...)



Tradução:

"(...)A sua identidade não são as roupas que veste, nem a preferência sexual ou comportamento elegante que adota e exibe, ou as causas que impulsionam o seu ativismo, ou a sua indignação moral com ideias que diferem das suas: devidamente compreendidas, é um conjunto de compromissos complexos entre o indivíduo e a sociedade sobre como o primeiro e o segundo podem apoiar-se mutuamente numa sustentável, maneira a longo prazo.
Não é nada que altere de ânimo leve, pois tal compromisso é muito difícil de alcançar, constituindo como faz a essência da própria civilização, que demorou a estabelecer, e compreender, como deveríamos, que a alternativa à adoção de papéis socialmente aceitáveis é o conflito simples, simples e contínuo, bem como simultaneamente psicológico e social.
A pletora continuamente alargada de "identidades" recentemente construídas e dotados de estatuto jurídico consiste, portanto, em termos vazios que (1) não conferem àqueles que as reclamam qualquer papel ou direção social real; (2) confundir todos os que têm de lidar com o narcisismo do requerente, pois a única regra que pode existir na ausência de um papel social meticuloso, voluntariamente e mutuamente negociado é moralmente errado dizer ou fazer qualquer coisa que magoe os meus sentimentos (...)"
 
 
 
 
 
 

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