Há uns meses já tinha aqui abordado a viciada relação entre as associações da minha cidade e a Câmara Municipal. (aqui e aqui) É um objetivo assumido da CDU, infiltrar-se nas associações e, ao mesmo tempo, sendo poder conseguir te-las todas no bolso. O vereador Rabaçal já há muitos anos tinha traçado este objetivo como essencial para cimentar o poder autárquico, perpetuando-o ad eternum se possível.
Chegamos a 2021, a novas eleições autárquicas e agora é colher os resultados. A fila de dirigentes associativos que prestam a sua vassalagem à campanha da CDU. A página de campanha do André Martins repleta de fotos de representantes de associações que declaram o seu apoio ao candidato.
Afinal de contas é o favorito a ganhar, acham eles, e estão não só a retribuir o apoio que lhes foi dado como a garantir que as injeções de dinheiro continuam no futuro.
É esta a triste realidade do movimento associativo setubalense. Organizações que deviam ser independentes, acabam numa profunda dependência da torneira autárquica. São comprados, gostam de ser comprados e até preferem porque agiliza muita coisa. Não têm trabalho a angariar financiamento para a associação ou a pedir donativos à sociedade civil, fazendo desta o verdadeio juiz acerca da sua utilidade pública. Optam pela via fácil, da subvenção garantida em troca de apoios partidários.