"Vocês é que são a Direita que a Esquerda gosta!"
É a primeira página em todos os jornais de referência espanhóis. Pablo Casado, do Partido Popular espanhol, votou ontem contra a moção de censura do VOX (Chega versão espanhola), e apresentou uma brilhante e severíssima intervenção no Parlamento.
Pablo Casado puxou dos galões do seu partido e desconstruiu, uma a uma, todas as fraudes em que a extrema direita se alicerça para crescer. Sem medo de evocar a história do partido, de vincar os valores que guiam o partido e o seu europeísmo convicto, demonstrou como o VOX e quaisquer partidos como este, servem mais os interesses da esquerda, que os da direita.
Considerou o Presidente do PP espanhol, que os eleitores que sairam do PP e se passaram para o VOX, foram enganados, pois este é um partido que não pretende construir ou unir. E não, não combate a esquerda, só a ajuda a reforçar os preconceitos que incute na sociedade, apresentando a caricatura como um retrato fiél.
Quem se senta ao leme destes partidos não pretende representar nada, senão o seu próprio interesse pessoal, à custa da discórdia e do extremar de posições. É triste que por cá não se entenda isto, que ainda ninguém tenha exposto a extrema direita tal como fez Casado: como uma aliada silenciosa da esquerda.
Dizem que Pablo Casado conseguiu, em 35 minutos, renascer das cinzas, fazer-se líder e novamente dar um ânimo à direita liberal-conservadora.
Este pulsar, pode e deve ser sentido pelo CDS, se quiser voltar a singrar. Francisco Rodrigues dos Santos tem de tirar daqui lições e virar o tabuleiro de jogo a seu favor.
Não há melhor ativo para um partido que a sua história, por muito que os extremistas queiram fazer ver o contrário e até lhes dê jeito que ninguém tenha memória.
Por cá também temos direita impostora, que precisa de ser revelada, ou vai continuar a descascar o espaço moderado e sensato de direita. O CDS não pode continuar a permitir, não só que o colem ao Chega, como que este último lhe roube bandeiras e se auto-intitule pioneiro das mesmas.
Não é a esquerda, cavalgada por extremistas de um lado (BE, PCP) e por oportunistas do outro(PS), que vai combater a extrema-direita em Portugal. Porque essa é a direita que eles queriam há muito ter à frente, para lhes dar razão, para lhes trazer heroísmo à causa.
A extrema-direita tem de ser combatida, como diz Casado, pela liberdade, tolerância e sensatez.
O CDS tem de beber da poção Casado, e puxar também as orelhas ao Chega, usando para isso toda a sua experiência e o papel que desempenha há anos na democracia portuguesa.
O PSD está corrompido pela vontade de não antagonizar o PS, com um líder fraco, que perde mais tempo a fazer oposição à oposição interna e aos meios de comunicação social, que ao Governo.
A Iniciativa Liberal não tem maturidade suficiente para arcar com um papel de representação da Direita.
Sobra um, se quiser e se for capaz de replicar o que os seus partidos irmãos pela Europa fora fazem. Vejam o vídeo e tirem as vossas conclusões: