A seguir à crise sanitária que ainda experienciamos seguir-se-á uma crise económica. Os sintomas estão cá todos: Desempregados, atropelos aos direitos laborais, fecho de empresas e um Governo PS a garantir que não haverá austeridade.
Ignorando o facto de que na realidade nunca saímos da austeridade, temos de ouvir um Governo dizer que tudo isto foi uma grande lição para quem desconfiava do Estado Social ou rir-se porque quem tem um negócio próprio( os malditos "privados"), agora pede ajuda ao Estado - patético argumento dado que foi o Estado que os forçou a fechar.
Tudo isto é dito com maior naturalidade, mesmo depois de ouvirmos o primeiro-ministro dizer na TV que "até agora não faltou nada, e seguramente não faltará" no combate à COVID, ainda que nas atas das reuniões do Estado de Emergência constassem intervenções de ministros a relatarem exatamente todos os problemas, ou por outras palavras "o que faltava".
Mas nem tudo é mau, ou pelo menos não para todos. Por exemplo, a onda de solidariedade que muitos portugueses têm protagonizado, inspirou também o Sec.de Estado do Desporto que, para o bem dos Municípios do Centro, insistiu para que comprassem testes à empresa de um amigo. Mas só porque essa empresa os produzia muito mais rápido - as más línguas dirão outras coisas a que me escuso.
Também quem fica muito a ganhar nesta crise, são alguns sindicatos, com a CGTP à cabeça. Como se deve calcular, crise é o ambiente preferido deste tipo de sindicatos. Quanto mais mal estiverem os portugueses, mais os líderes sindicais podem justificar o seu vencimento. Mas a CGTP, mais que reivindicar direitos, conquista regalias. A Sra. Isabel Camarinha começou o seu mandato em grande e conseguiu que os seus sindicalizados tivessem acesso ao Red Pass - não permite ver jogos do Benfica, mas dá imunidade a vírus e Operações Stop.
Outra leitura que se pode fazer é que o desconfinamento marca uma tentativa de se voltar à normalidade, e estes acontecimentos são um sinal disso mesmo, pois voltámos a ter os pastores da igualdade a pregarem uma coisa e a praticarem outra.
Importa agora, fazer este regresso às rotinas tendo em conta que, apesar de o Estado de Emergência ter terminado, continua gente a morrer com coronavírus. Ainda que uns achem que é boa ideia fazer finca-pé com o Avante, o bom senso pede que continuemos a levar avante o distanciamento social e uma assídua higienização.