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The Pólis

Ao contrário do que pode indicar o título deste texto, quem o escreve não é adepto de touradas.

Sendo português, desde pequeno que convivo com a transmissão de touradas na televisão. Sei que as únicas coisas que me atraiam no evento eram o momento dos forcados e a música. Com o avançar da idade e alguma (pouca) reflexão sobre o tema, fui-me apercebendo de que não conseguia nutrir simpatia por um espetáculo que consiste em torturar um animal. Cheguei a ir a uma tourada, para tirar as teimas e foi plenamente esclarecedor. Touradas não são para mim. Não conseguia entender, nem remotamente, o êxtase do público por cada bandarilha espetada no touro.

Passando à frente esta pequena contextualização da criação da minha opinião, relativamente às atividades tauromáquicas, devo dizer ainda assim, que não me tornei partidário da proibição.
O nosso país tem uma grande diversidade cultural, que não se pode recortar a régua e esquadro, a partir de Lisboa, conforme o gosto de quem lá está a ocupar cargos governativos. Concordo que é uma tradição na qual não me revejo, mas também não serei eu, de citadino, que tenho de rever.  São as pessoas dos locais em que essa prática é uma tradição, que devem rever essa representação. E o tempo é que vai demonstrar ou não, se esta é uma cultura em declínio.
A tourada acaba quando ninguém a quiser. Não há outra forma, porque os argumentos que utilizam para forçar o seu fim, não fazem sentido.
O argumento financeiro, que foi trazido ao de cima para fazer melhor figura que o simples argumento do gosto, não tem nexo pois a tauromaquia não tem um peso financeiro especialmente acentuado, que origine tamanha indignação. E a tentativa de dizer que o dinheiro era mais útil se aplicado aqui ou acolá... vai ao encontro do argumento do gosto.
O outro argumento, dos maus tratos ao animal, tem bastante lógica. Mas começar a proibir uma tourada pelos maus tratos aos animais, vai desencadear todo um rol de novas possibilidades proibitivas. E esbarra na hipocrisia.
Enquanto sociedade, nós, humanos, diariamente agredimos outros animais. Seja para nos alimentarmos, seja por desporto, necessidade ou investigação científica. Muito do que hoje existe, existe graças aos maus tratos que infelizmente infligimos a outros animais. Como é que se podem proibir uns, dizendo que se quer defender os animais, e fechar os olhos a outros?
Até onde se tinha de ir para realmente respeitarmos os animais? Quão hipócrita é, deputados se fazerem preocupados com os touros?


Por estes motivos, não me chocaria que determinadas regiões tivessem um estatuto próprio  para a realização exclusiva de touradas, enquanto meio de atração turística e potenciação económica. Limitar a prática a esses locais, de onde a tradição tem as suas raízes, seria benéfico para os concelhos em questão e entregava a decisão da fomentação ou não desta prática, a quem de direito.

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