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The Pólis

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O nosso governo socialista é perito no clientelismo e na criação de dependência perante o Estado. Têm uma base fixa de potenciais eleitores - os funcionários públicos - que mimam e aumentam sempre que podem. 

Há sempre mais contratações e mais privilégios para este segmento da população com o Partido Socialista. É pura estratégia eleitoralista. Quando se aproximarem as eleições, verão os ordenados da função pública a aumentar. Para já, continuam os "rebuçados". 

 

Como escreveu Bastiat: "Todos querem viver às custas do Estado. Esquecem-se que o Estado vive às custas de toda a gente"

 

O Instituto Mais Liberdade

Educação para quem tem interesse no espectro político da direita

A 12 de fevereiro deste ano, foi lançado oficialmente o Instituto + Liberdade. Uma fundação sem fins lucrativos, que visa promover uma visão do mundo assente nas liberdades individuais e na economia de mercado.

imagem(1).pngAlgumas semanas antes do seu lançamento, esta plataforma já vinha a ser noticiada pelos nomes que se anunciaram vir a integrar o projeto. À cabeça estavam Adolfo Mesquita Nunes e Carlos Guimarães Pinto. O primeiro é o atual presidente da Mesa da Assembleia Geral , o segundo o presidente da Direção.
A fundação, durante a sua promoção pré-lançamento permitiu a quem quisesse que se inscrevesse como membro fundador, e acabou por conseguir cerca de 5000 fundadores (!). Claro está que nomes sonantes atraem nomes sonantes, e fazendo uma passagem rápida pelos nomes podemos encontrar, por exemplo, Ana Rita Bessa (Deputada CDS), Lídia Pereira (Eurodeputada PSD) ou António Nogueira Leite (ex-secretário de estado).

 

Mas passando ao site, no que diz respeito à forma, eu acho que tem um design apelativo, harmonioso e sobretudo uma interação intuitiva. Vê-se onde estão os menus, e os títulos destes não deixam dúvidas quanto ao que vamos encontrar ao clicar. Eu sei que podem parecer características básicas, mas há muitos sites, de instituições com obrigação para fazer muito melhor, que não conseguem ter sucesso nestes pequenos detalhes. Ou falta de interesse ou outra coisa qulquer...

Como se costuma dizer "o conteúdo é rei", e é pelo conteúdo que aconselho a visita ao site da fundação Mais Liberdade. Especialmente para quem tem interesse em explorar mais sobre a perspetiva política de quem defende a economia de mercado (capitalismo) e as liberdades individuais, desde a liberdade de expressão à propriedade. No fundo, o que considero ser o âmago de uma Direita que se pretende reformista.
Uma das primeiras novidades que a fundação anunciou imediatamente a seguir ao lançamento, foi a sua biblioteca virtual. Anunciavam-se à data mais de 300 obras. Atualmente devem ser mais, mas fiquemos com a referência das 300. 

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Aqui encontramos obras de referência, de Mises, Hayek, George Orwell e até de Fernando Pessoa (aposto que há muita gente que não sabe que Pessoa tinha uma obra extensa de intervenção política). Nem todas as obras estão traduzidas, pelo que a barra de pesquisa já permite fazer essa destrinça. Algumas obras ficam disponíveis com um clique no título, a verde, noutros casos o clique remete para outro site onde aí sim, podemos obter a obra para leitura online ou com disponibilização de download, ou por vezes ambas.
Pontos fracos: Alguns links já não funcionam, ou remetem para sites que só disponibilizam a obra mediante um pagamento ou um registo. Claro que isto não é responsabilidade da Fundação Mais Liberdade, mas fica o reparo.

 

A plataforma tem também, no separador Vídeos, todo o conteúdo das conferências e outras conversas informais que organiza online, para revermos. Mas o que destaco desta secção são os vídeos educativos. Alguns dedicados a grandes pensadores de época, como é o caso dos vídeos acerca do pensamento de David Hume e de John Locke. Num registo mais descontraído e simplificado, temos "As Palestras do Bob", em que a personagem principal, o Bob, no seu dia-a-dia se depara com situações que o levam a construir ideias e pressupostos que estão errados. Por exemplo, que para salvar o ambiente é necessário acabar com a economia de mercado. São vídeos curtos, de linguagem acessível e aprendizagem rápida.

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O Instituto Mais Liberdade tem também um segmento que intitula de Análise, onde compila dados estatísticos e produz comaparações entre Portugal e outros países no que ao índice de liberdade concerne, por exemplo. São estatísticas interessantes que nos fazem refletir sobre o país.
Recentemente também foi lançado um concuros de ensaios, sobre economia de mercado e ambiente.
Esta novidade vai ao encontro de outra particularidade da Fundação, que é o envolvimento com os seus membros. A plataforma não se limita a produzir e publicar conteúdo. Qualquer pessoa pode participar e ajudar a fundação, seja com o seu conhecimento académico, seja simlesmente a dar voz aos vídeos publicados.
Destaco também a disponibilização da Mais Liberdade, para ajudar estudantes a encontrar financiamento para as suas bolsas de estudo.

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Para quem é um entusiasta da democracia assente na liberdade individual e na economia de mercado, o lançamento desta fundação, desde que se mantenha ativa, é uma lufada de ar fresco. Diria mesmo que são necessárias mais organizações como esta.

Aponto apenas como dois handicaps  a sensação que por vezes transmite, de ser um think thank associado à Iniciativa Liberal. Sendo que nos seus membros se encontram várias personalidades de outros partidos e gente que nada tem a ver com partidos, isto acontece pelo presidente ser o fundador da IL, e por o projeto contar com o apoio do ECO - jornal que é notoriamente "fã" da IL.
Se quisermos ser mais rebuscados, acho até que se contram algumas semelhanças nos grafismos da Mais Liberdade e da IL. Querendo manter uma postura otimista, quero acreditar que quando se declararam uma fundação apartidária estavam a ser honestos.


Se assim o for, acho-a um espaço necessário de divulgação de conhecimento e que acrescenta diversidade de pensamento, num país em que as cabeças estão demasiado cativadas para perspetivas socialistas.


Na passada sexta-feira, eu (e acredito que muitos outros milhares de portugueses) tive a minha atenção dividida, entre o decorrer da minha vida pessoal e profissional e as palavras que saiam da boca de um outro português, em direto, durante cerca de três horas. Essas palavras, conforme iam saindo geravam cada vez mais expectativa e crescente indignação.Isto claro, à medida da minha capacidade de decifrar alguns termos judiciais e de ir lendo os rodapés do noticiário onde já se traduziam outros. 

No final de uma longuíssima leitura, o juíz Ivo Rosa terminava de dar a decisão instrutória acerca da Operação Marquês, que envolvia o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates. Após sete anos desde o ínicio da mediatização deste processo, ouvimos então críticas à investigação do Ministério Público e uma palavra que encheu as redes sociais e que provavelmente invadiu as conversas de muita gente: Prescrição.
À saída do tribunal aparecia um José Sócrates sorridente, após lhe terem sido retiradas quase todas as acusações, que dizia aos jornalistas que só faltam cair as restantes.

Depois de tudo isto, e tendo-se gerado uma onda de indiganção geral, líderes partidários e não só, apressaram-se a produzir uma reacção ao acontecimento, tendo em conta o sentimento geral do país. Críticas e juras de amor à justiça ou de guerra à corrupção. Tudo isto soa muito bem, mas no ponto em que estamos torna-se insuficiente. Os partidos não se podem ficar pelas declarações inflamadas para a comunicação social. Têm de propor algo concreto e saber comunicar à população o que propuseram e em que é que essas propostas vão melhorar o panorama da Justiça neste país.

Até hoje continua a haver um comportamento de "Pedro e o Lobo", que afeta muitas áreas mas que certamente na Justiça se torna mais polémico. Ouvem-se deputados e outros que tais, a proclamar-se contra a corrupção vezes sem conta, no entanto continuam a aparecer casos como o de sexta-feira, em que a prescrição é o cocktail de vitória dos acusados.
A corrupção é um crime muito difícil de provar, ainda para mais quando a nossa Justiça não o consegue identificar as provas e julgá-las em tempo útil. Por isso é necessário trabalhar na melhor forma conhecida de combater este crime, que é apostar na prevenção.

O desgaste da confiança das pessoas nas instituições democráticas é cada vez mais notório, mas parece que a grande maioria dos nossos eleitos não se incomoda a não ser quando o mediatismo de algum acontecimento lhes possibilita uma boa oportunidade de brilhar.

Esse mediatismo de algo tão delicado como a justiça, também não ajuda num país que não confere ferramentas educativas à sociedade para compreender tudo o que a rodeia. Não temos todos de ser advogados e juízes, mas ajudava muito que não fosse necessário saber “juridiquês” para compreender decisões como a de sexta-feira. Ajudava que a população não estivesse dependente de títulos muitas vezes confeccionados em clickbait, ou de comentadores, para poder compreender o que foi dito pelo juíz Ivo Rosa. Essa dependência e falta de conhecimento ajuda quem se lança imediatamente nas redes sociais a pedir prisões perpétuas e perseguições a juizes.

Quanto mais informada e esclarecida está a sociedade, melhor funciona e mais eficazmente consegue canalizar a sua indignação. Até que haja um verdadeiro empenho numa reforma da Justiça e também da Educação, a corrupção continuará a minar a confiança dos portugueses, a queimar-lhes dinheiro e a roubar-lhes oportunidades. Sem um esforço real no nosso país para acabar com a corrupção, vai ser a corrupção a acabar com o país.

As pessoas estão cansadas de conseguir prever as absolvições destes grandes processos, cansadas de um sistema de justiça que parece prescrever sempre que bate de frente com os poderosos. Vale a pena continuar a lutar contra corrupção, mas é cada vez mais dificíl neste clima apelar à razão, e ninguém parece estar com vontade de evitar as consequências disso.

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