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The Pólis

Maria das Dores Meira & João Maria Lda

a conta fica para o setubalense

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A saga das decorações na belíssima cidade de Setúbal continua ao rubro. Ou melhor, devia continuar ao rubro, dado que ultimamente têm surgido novas informações que parecem ser interessantes para toda a gente, menos para os jornalistas.

Aquando do Natal, a estoirou a polémica das múltiplas contratações em decoração, da câmara municipal de Setúbal ao decorador João Maria. Quase 250 mil euros só ano passado, que por acaso foi só o ano em que se iniciou a pandemia e em que secalhar os 250 mil euros poderiam ter feito jeito para ajudar alguém.

Numa pesquisa superifical ao site BASE, onde se consultam os ajustes directos e outras contratações públicas neste país, podíamos verificar que era prática comum, nos último anos, a CM Setúbal recorrer aos serviços de decoração do sr. João Maria. No entanto, nunca se tinha chegado aos valores a que se chegou o ano passado.

O facto gerou muita indignação mas mereceu pouca atenção do Executivo liderado por Maria das Dores Meira, que como já é hábito se finge de morta quando há críticas indefensáveis à sua gestão. Acontece que, como dizia uma juventude partidária aos jornais, as decorações de Natal eram afinal apenas a "ponta do icebergue".

Este mês, um blog expôs mais uma descarada movimentação do sr. decorador oficial do reino, João Maria, para continuar a receber ajustes directos da Câmara Municipal de Setúbal. Numa tentativa de chamar menos à atenção e simultaneamente chamar-nos a todos parvos, João Maria criou uma panóplia de empresas para que os ajustes directos não sejam todos atribuídos a uma só entidade, mas a várias. Dá-se uma aparência de diversidade na escolha do prestador de serviços, mas no final vai tudo para ao mesmo bolso: o de sua excelência, João Maria.

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Também esta semana, foi divulgado no Facebook um recorte de jornal, que revelou que a relação entre a atual presidente da câmara de Setúbal e o atual decorador oficial da câmara de Setúbal já vem de longe...

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Estes novos dados, expostos e acessíveis a qualquer um de nós, infelizmente não têm merecido a devida atenção dos media regionais, que, como sempre continuam a fazer um jornalismo que não incomoda nem pretende sequer melgar um bocadinho.

Os media regionais continuam a querer ser sites de publicidade, com medo de afrontar o poder local, expondo os seus podres. O jornalismo em Setúbal não se interessa pelo favorecimento de amigos ou pelas portas giratórias.

Ninguém se incomoda com este por e dispor da sra. presidente, que às claras, na nossa cara, ajuda os amigos com negociatas que nos custam milhares de euros.

A rede clientelar da CDU em Setúbal tem tido um crescimento proporcional às maiorias absolutas e aos anos que acumula na cidade sadina. É preocupante, mas ainda poucos se parecem preocupar. Pelo menos os que ainda não pertencem à lista de bajuladores oficiais ou de silenciados com um favorzinho ou outro.

Portugal Digital 2021 - dados estatísticos

Os dados de utilização digital dos portugueses, lançado pela Hootesuite

A Hootesuite disponibilizou o anuário de dados estatísticos de Portugal, relativamente à utilização de internet e dispositivos TIC.

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Encontrei dados muito curiosos, relativamente aos sites mais procurados ou as apps em que mais gastamos dinheiro (Tinder, por exemplo, está no Top 3).

Para quem gosta de comunicação, redes sociais, tech e tem um "fetiche" por estatísticas, acedam ao slideshare aqui.

Do lado direito encontram relatórios similares, para outros países!

Outra plataforma que lançou conteúdo interessante, especialmente para quem gere redes sociais, foi a Social Bakers. Partilharam um calendário de efemérides que pode ser muito útil para planeamento de publicações ou simplesmente para alimentar a curiosidade e desbloquear conversas ;)

Acedam ao calendário aqui

O Streaming já enjoa

Volta Pirataria

Ainda me lembro de entrar num videoclube, ao fim-de-semana, com o meu pai, escolher um ou dois DVD´s para assistir em casa. Se entrei num no tempo do VHS, não me recordo.
Mas gostava de ir, eram estabelecimentos cheios de cor graças às milhentas capas de filmes que os decoravam. Para uma criança era excelente.

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Depois alguém aprendeu a "sacar os filmes" pela internet, lá em casa, e a visita ao videoclube acabou. A pirataria acabou por matar os videoclubes e, muito provavelmente, hoje em dia já ninguém compra um DVD, blu-ray ou VHS a não ser por revivalismo.

Durante muitos anos convivi e usufrui desse modus operandi ilegal: a pirataria. Só mais tarde me vim a inteirar dos problemas em grande escala que isso representava para cinematografia. Eram bastante lógicos mas acho que a maioria das pessoas não pensa duas vezes quando lhe dão a oportunidade de usufruir de alguma coisa sem pagar.

Surgiram então campanhas de sensibilização contra a pirataria, através da explicação dos seus efeitos mas também das consequências penais que podiam gerar para quem fosse cúmplice e não apenas para quem disponibilizava os filmes.

Passaram-se alguns anos e chegou a Portugal a pirataria de filmes 2.0: sem recurso a dvd´s virgens ou pendrives USB. A pirataria em Streaming!
Quem não se recorda do Wareztuga? Do Popcorn, TugaFlix e Mr.Piracy?

Julgo que o primeiro a que acedi e do qual usufrui durante muito tempo foi o Wareztuga. Aspeto profissional, com milhares de filmes disponibilizados e prontos a ver na hora, legendados e a partir de vários servidores para o caso de algum não funcionar adequadamente.

Tornámo-nos exigentes com a diversidade e penso que não é incorreto falar no plural se disser que no ato da escolha do filme a ver, começámos a pular de plataforma pirata em plataforma pirata à procura dos filmes mais recentes ou mais raros.

Como seria de esperar, quem geria estes sites começou a querer mais do que a apenas disponibilizar cultura gratuitamente. Passou a ser necessário fazer um registo nos sites para se poder aceder aos filmes. Daí, saltamos para os anúncios e terminamos numa diabetes de anúncios interminável que nos fazia fechar 20 janelas de publicidade até conseguirmos finalmente carregar no "play" e disfrutar do filme eleito para o serão.

Algumas das plataformas foram mais longe e começaram a pedir um pagamento anual ou mensal, à semelhança do que acontece hoje com uma Netflix, só quem em modo ilegal. Não sei se tiveram sucesso ou não, pois assim que isso acontecia eu abandonava o site para nunca mais voltar.

Quando se anunciou que a Netflix estava brevemente a chegar a Portugal, coincidentemente começaram a desaparecer alguns sites piratas. Desconfiei na altura de que pudesse estar relacionado. Não acredito que a Netflix não saiba que também tem a concorrência do "mercado negro" e não me admirava que fizessem uma limpeza de terreno antes de aterrarem em novos mercados. Talvez uma oferta choruda de dinheiro aos gestores dos sites, talvez uma ajuda às autoridades a identificar os autores. Se alguém souber informe-me. Tenho curiosidade em saber se esteve relacionado ou não.

Com o Wareztuga afastado e mais uns quantos sites piratas suspensos, a Netflix pousa em Portugal com toda a confiança e segurança. 30 dias grátis para novas contas. Não resisti, até porque tinha ficado sem alternativas, e criei conta. Foi uma desilusão. Muito pouco conteúdo e o pouco que tinha ou era da autoria da própria Netflix, que aos meus olhos ainda não tinha credibilidade suficiente para me merecer tempo, ou eram alguns filmes que qualquer pessoa já viu pelo menos uma vez na SIC ou na TVI. A única vantagem que na altuar identifiquei foi a de, aquando da visualização de uma série, não ter de avançar de episódio manualmente. O site avançava sozinho enquanto houvesse episódios para ver. Estava eu muito longe de saber que a prática tinha uma nomenclatura: Binge Watching.


Durante algum tempo também nos era permitido "enganar" o site. Fazendo uso das maravilhas do MB Way, assim que terminavam os 30 dias de experiência, criava-se outra conta, outro cartão de data limitada a trinta dias et voilá, mais 1 mês "à pala". Provavelmente ninguém estava a enganar ninguém, e a plataforma de streaming americana estava a apenas a engordar a sua lista de contactos e dados, mas como bom português gostamos sempre da sensação que somos muito espertos. Se nos ficássemos pelos sites de filmes era bom, o problema é que aplicamos a chico-espertice como fórmula de sucesso para a vida. Enfim, outra conversa.

Depois da Netflix desbravar o mato em Portugal, as suas concorrentes quiseram também entrar neste rectângulo à beira-mar plantado. Amazon Prime, Disney, Apple TV arrancaram há relativamente pouco tempo. Até a SIC já tem uma plataforma de Streaming!

O que pareceu muito divertido e modernaço ao ínicio, acabou por se tornar um pesadelo. Imaginemos que quero ver "The Crown", tenho de criar uma conta e pagar na Netflix. Porém, se quiser ver "A Guerra dos Tronos" por exemplo, terei de criar uma outra conta na HBO e pagar. Terei de fazer o mesmo processo se quiser ver um filme ou série produzidos pela Disney. Criar conta e pagar à Disney. Para rever o programa do Ricardo Araújo Pereira, "Isto é Gozar com Quem Trabalha", toca de comprar um passe para a "Opto", a plataforma streaming da SIC.

É como se entrasse num videoclube que está organizado por produtoras, e em que tenho de pagar cada vez que quero mudar de corredor. Simplesmente não compensa e é cansativo.
Se criar conta em todos os sites de streaming disponíveis, de forma a conseguir aceder a todos os filmes e séries disponíveis, acabo com uma conta mensal parecida à da eletricidade ou de telecomunicações. Para não falar do processo de mudar de site...

Numa alltura em que, mais que nunca, o nosso tempo e os nossos dados valem dinheiro, quando se diz que é o cliente que decide o que quer ver, os sites de visualização de filmes online estão a entupir o mercado e criar uma inflamação na minha paciência, e acredito que na de muitas outras pessoas.

A ideia de pagar menos e ver mais subverteu-se. Fomos lentamente empurrados de volta para os videoclubes mas em formato digital. Mas para mim já chega. O que é demais enjoa e tanto streaming deixa-me com naúseas. Não quero pensar a quem pertence o filme Xpto e ter de pesquisar em qual das minhas contas é que o filme está disponível ou se tenho de subscrever e pagar uma nova. Quero ver, quero entreter-me, quero ususfruir dos filmes!

O excesso de streaming empurrou-me de volta para os braços da pirataria. Olá de novo, meu caro Mr. Piracy. Desculpa ter-te deixado.

O CDS não sabe o que quer. O Conselho Nacional do CDS-PP, marcado por pressão de Adolfo Mesquita Nunes, terminou ontem já para lá das cinco da manhã. 

Foram quase 24 horas de discussão e debate sobre o estado do partido. No final, ficou tudo relativamente na mesma. 

Digo relativamente na mesma porque a moção de confiança de "Chicão" foi aprovada sim, mas com uma vantagem de apenas 30 votos. 

É pelo resultado da moção que declaro que os militantes centristas, ou pelo menos os que estavam mandatado para se pronunciar naquele órgão, estão às aranhas. 

Todos os dirigentes que usufruem de palco mediático, seja pelas funções que ainda desempenham como é caso dos deputados, seja por serem figuras destacadas do tempo da PaF, fizeram valer bem o seu ponto de vista: o partido está mal, a direção não tem imaginação para mais e Adolfo Mesquita Nunes pode ser a solução. 

Do outro lado, Francisco Rodrigues dos Santos teve o seu momento de "chefe", ao gosto da Direita, e dirigir-se aos adversários num tom áspero e irritado. A acompanhá-lo todo um eco de membros dos órgãos internos do CDS e demais conselheiros que o apoiaram no Congresso de Aveiro. A estratégia era apontar as falhas da Direção a que AMN pertenceu e fazer crer que mudar de presidente a meio de um mandato não era benéfico para o trabalho que se pretende ver realizado nas Autárquicas.

Acontece que, o argumento das Autárquicas servia ambos os grupos. Pois se uns diziam que um congresso eletivo seria prejudicial, os outros alegavam que não o realizar é que levaria o partido ao precipício. 

No final, nem "Chicão" conseguiu ser suficientemente convincente para conseguir uma verdadeira aprovação da sua moção de confiança, nem os mais reconhecidos membros do CDS foram suficientes para influenciar o voto dos conselheiros ao ponto de pedirem uma viragem no rumo. 

Francisco teve uma vitória pífia, um "num". Dentro do partido talvez tenha sido motivo de festejo para os seus, mas o que sobra, o que o país viu, foi um CDS-PP profundamente dividido, em que players fundamentais como Cecília Meireles ou Telmo Correia não acreditam no líder do partido e não se inibem de o dizer. 

O pior é que, no final, Francisco Rodrigues dos Santos declarou aos jornalistas que teve uma grande vitória, que o que lhe interessava era legitimar a sua liderança e que ouviu atentamente as críticas. 

Não legitimou a liderança, longe disso (até porque quase toda a sua direção já se demitiu) e ainda repetiu a mesma frase com que terminou o último Conselho Nacional. Desde esse até ao de ontem muito pouco mudou. Até quando irá dizer que ouve as críticas sem que mude absolutamente nada, só ele e quem o aguenta na presidência do partido o podem dizer. 

 

 

 

 

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No dia da memória das vítimas do Holocausto, tivemos, ironicamente, nas bocas de muita gente (que se interesse por política) o nome Adolfo.

Não o Adolfo do Holocausto, mas o Adolfo do CDS-PP. O ex-secretário de estado do Turismo escreveu um artigo no Observador, intitulado "Uma nova força para o CDS", um dia depois de se assinalar 1 ano de mandato de "Chicão" , em que parece anunciar a sua vontade de se candidatar a presidente do CDS.

Muitos viram isto como a possibilidade de ter um Adolfo a salvar o CDS do Holocausto político que atravessa, outros como mais uma enorme contribuição para esse mesmo Holocausto. A verdade é que a existir esta candidatura e a efetuarem-se as eleições antecipadas que Adolfo Mesquita Nunes (AMN) pede no seu artigo, pode ser um de dois: ou representará mais uma cisão, mais um cavar de trincheiras entre os militantes centristas ou funcionará como uma última injecção de adrenalina no histórico partido do Caldas.

Por um lado achei uma retirada brusca do tapete, dos pés de Francisco Rodrigues dos Santos (FRS), com uma série de demissões seguidas em poucos dias. Pareceram combinadas, ou enquadradas no momento em que AMN se lança para a candidatura e desafia o presidente do CDS-PP a marcar um congresso eletivo.

Entre essas demissões destacam-se a de Filipe Lobo Dávila, que já fez questão de explica no seu Facebook que a carta de demissão foi escrita muito antes do anúncio de Adolfo, e a de Raúl Almeida, conhecido amigo de AMN e que não explicou nada, pelo menos que me tenha apercebido.
O que é certo é que logo no artigo que serviu de tiro de partida para a candidatura de Adolfo, este avança vários nomes que, na sua opinião, necessitam de ser "recuperados" (entre aspas porque muitos estão no ativo). Nessa lista já consta o nome de Lobo Dávila. Coincidência? Aceito que sim.

Há também uma outra versão acerca das demissões e do momento de rutura da Direção de Chicão, que aponta como fator desencadeador para este momento, os problemas financeiros do partido.
Não tem sido propriamente segredo, já que até aquando da última vez que se batalhava pela presidência do CDS, batalha da qual FRS saiu vencedor, o estado das finanças do Caldas foi um dos temas quentes, com acusações de má gestão à Direção de Assunção Cristas.
Assim, diz-se, os vices de Chicão que se demitiram no dia da candidatura de AMN, fizeram-no não pelo anúncio do ex-secretário de Estado, mas porque este dia foi também coincidente com uma tentativa de capitalização do partido que saiu frustrada - Holocausto financeiro?.

Diga-se de passagem que não abona muito em favor de um partido de direita, ter tão pouco controlo na informação interna e especialmente quando esta afeta uma das suas principais bandeiras políticas. Falo do rigor financeiro.

GUERRA DE AUDIÊNCIAS e GUERRA DAS "BASES"

Desde que Adolfo Mesquita Nunes anunciou a sua candidatua, que o CDS tem saltado para as primeiras páginas de jornais, tem sido tema de muitos artigos de opinião e é notório um combate nas redes sociais, pela audiência dos militantes mas também uma medição pública de notoriedade.
Aos mais desatentos, peço que atentem para quando FRS fizer algum "live" no Facebook, e reparem que assim que termina, Adolfo fará outro.
Do que pude constatar até agora, Mesquita Nunes leva vantagem na audiência das redes sociais. Diria que isso é fruto da sua notoriedade mas também por ser uma forma de comunicação a que tem recorrido frequentemente há vários meses, o que o levou a fidelizar uma audiência.

IMG_20210205_175922.jpgAinda nas redes sociais, tem sido notória a agitação entre as bases, com concelhias e distritais a precipitarem-se nas juras de amor ao líder ou nos incentivos ao challenger. Por ser a minha terra natal, naturalmente estou mais atento às estruturas partidárias daqui, e onde tem sido notório o apoio de algumas concelhias e da distrital do CDS em Setúbal, ao atual presidente.

No entanto já me deparei também com grupos de apoio a Adolfo Mesquita Nunes e a Francisco Rodrigues dos Santos, criados por militantes anónimos, ou pelo menos que não reconheço
O Facebook tem sido a rede mais quente, onde se podem encontrar mais comentários de ataque e contra ataque, e no qual me deparei com uma colisão de "notáveis", neste caso Francisco Mendes da Silva, a criticar publicamente um post de Joana Bento Rodrigues (não tão notável mas herdeira do movimento de Abel Matos Santos, o psicológo que curava homossexuais). A visada refere no seu post que o partido deve livrar-se dos liberais, Francisco Mendes da Silva repudia essa atitude que considera ser destrutiva para o partido.

Na comunicação social, tal como disse, o CDS tem sido tema quente também, com notícias diárias acerca de demissões ou reportagens sobre o challenger Adolfo Mesquita Nunes. Os espaços de comentário também se tornaram num campo de batalha dos centristas, que têm aproveitado para enviar recados. Os apoiantes de Adolfo largam bombas opinativas à presidência de FRS e vice versa. Ribeiro e Castro tem sido um dos destacados neste combate virtual, tomando as dores de Francisco, pois reconhece-se no papel deste aquando das movimentações de Paulo Portas para o retirar da presidência do partido. Ribeiro e Castro considera que o desafio de Adolfo se trata de mais uma "golpada".


UM PARTIDO DE DIREITA QUE NÃO GOSTA DE COMPETIÇÃO?


O CDS-PP atravessa um momento muito difícil, com muitas dificuldades financeiras, dificuldades de afirmação no espaço mediático e dificuldades em demonstrar aos eleitores que continua a ser fulcral para o espectro centro-direita português.

Eu considero que este é um partido fundamental para a nossa democracia e que é urgente que se reencontre. Não acredito em direitas histéricas, que funcionam como seitas de evangélicos e não apresentam soluções para nada, como é o caso do Chega. Não acredito em iniciativas de riquinhos,  capitalistas selvagens com tiques de superioridade por se considerarem cosmopolitas iluminados, que é o que para mim representa a IL.

Penso que o CDS reunia e ainda pode continuar a reunir o equilíbrio saudável da direita, tal e qual o que acontece na Alemanha, na Áustria ou no Reino Unido, onde partidos que partilham da mesma ideologia do CDS-PP são governo e, no caso da Alemanha, o trabalho é reconhecido internacionalmente, pela positiva. Aliás, cruzei-me há pouco tempo com uma citação partilhada pela página de Instagram da Juventude Popular de Setúbal, da Chanceller Angela Merkel em que esta assume ser por vezes liberal, por vezes conservadora e por vezes democrata-cristã. É esta partilha de valores funciona e não a sua divisão.

Daí que me parece que os centristas cometem o erro ao não terem capacidade de se distanciar dos seus egos, de se distanciar de líderes e de olharem para o partido como um tudo, avaliando: "O que é o melhor para o partido neste momento?"
Prosseguir com o trabalho que tem sido efetuado pelo Francisco Rodrigues dos Santos, ou assumir a sua inviabilidade e arriscar rapidamente noutro projeto, neste caso apresentado por Adolfo Mesquita Nunes.
Devem insistir com a Direção de FRS, defendendo-o e cerrando fileiras contra os apoiantes de Adolfo ou pressioná-lo a fazer algo de diferente já que agora tem competição interna?

Pelo que se tem visto, os militantes andam confusos, nervosos e vão agir de cabeça quente preparando uma "luta" entre democratas-cristão e liberais.
Repare-se que no início do mandato Chicão era tido como um líder conservador. Agora ao que parece é o expoente máximo da democracia-cristã. Já o Adolfo, como tem boas relações com membros da IL, é visto como um demónio que irá tornar o CDS numa segunda iniciativa liberal. O que é certo é que só mesmo no CDS é que se considera AMN um perigoso liberal. Se assim fosse, duvido muito que se tivesse aguentado tantos anos no partido.

Por incrível que pareça, o partido centrista está a despender imensa energia, de cabeça enfiada no rabo, e a ver problemas onde não existem.
Um partido capitalista, de direita, que defende que a competitividade é o motor da criação de riqueza não pode achar que o mesmo não funciona para dentro do partido. São comunistas internamente e capitalistas externamente?

A competição é boa, é desejável, está a colocar o CDS novamente no centro mediático (por muito supérfluo que pareça também é importante) e devia ser recebida com alegria por todos os militantes daquele partido. Se o Cristiano Ronaldo não se superasse diariamente, não faltariam excelentes jogadores para ocupar o seu lugar de melhor do mundo. 

Ou o atual líder se empenha mais ou a competição engole-o. É o mercado.



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