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The Pólis

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Uma pessoa decente pode achar que não se coaduna com a posição de deputado da nação, querer deliberada e ardilosamente falsear a publicação de notícias para finjir que a realidade bate certo com aquilo que diz.  
Uma pessoa decente pode achar que não se coaduna com a posição de deputado da nação, chamar conas aos adversários políticos.
Uma pessoa decente pode achar que não se coaduna com a posição de deputado da nação, tirar fotos em pose de oração nas igrejas para instrumentalizar a religião. 

Porém há que reconhecer algo: este partido e este chefe de partido, têm um objetivo e um público-alvo, e não se desviam um milímetro do traçaram. O objetivo é aparecer, aparecer aparecer. O público-alvo é quem, por desconhecimento ou desilusão rejeita por definição a política e os políticos. Como as pessoas que não entendendo um quadro, dizem imediatamente que é lixo. 

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Para este partido e este chefe de partido, não há linhas vermelhas. Tudo é válido desde que os objetivos sejam concretizados. Para o público-alvo, idem. Tudo é valido desde que continuem a obter a satisfação de ver André Ventura e a sua turma a dizer algo que perturbe, que gere reacções quentes, que tire do sério.

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Os primeiros nunca sentem necessidade de pedir desculpa por nada (excepto se isso der jeito para aparecer como aconteceu agora com o Papa), os segundos desculpam os primeiros de tudo. 
Aliás se este texto passar pelos olhos dos que se enquadram no público-alvo do CH, a primeira laracha que vão dar é: estes fazem isso tudo mas os outros são corruptos. Como se estivéssemos a falar de corrupção, como se por apontarmos esta falta de limites éticos e morais fosse o equivalente a desculparmos a desonestidade de quem corrompe e é corrompido. Como se estas demonstrações que o CH dá, de comportamente diário dos seus dirigentes, não fossem sinais de que, tendo poder, farão o mesmo ou pior que os socialistas fazem atrás da cortina. 

O público a quem Ventura coerentemente chega é o que confunde  ser violento com ser aguerrido, e que a frontalidade passa necessariamente por ser bronco e mal educado para os outros. 

Este partido e este chefe de partido, não têm forma de se lhe apelar à razoabilidade, pois eles não se regem pelos mesmos valores nem seguem as mesmas regras que os restantes agentes políticos ou cívicos. Não vale a pena criticá-los por fazerem X ou Y, nem tentar apontar incoerências no que dizem ontem e fazem hoje. Não se incomodam minimamente desde que tenham conseguido atenção. 

O que é que gerou isto? Um desinteresse da classe governativa em incentivar o exercício da cidadania, desde cedo, nas escolas. Agora é tarde, agora temos várias gerações que não percebem, não querem perceber e se ficam quanto muito pelos bitaites que vão ouvindo na TV. Quanto muito, porque a maioria não quer mesmo saber.

O que também gerou isto foi uma classe política que se tornou arrogante, sobretudo da área do centrão, e que esticaram ao máximo a tolerância de um povo desinformado ouvir e ler diariamente que alguém se está aproveitar do cargo que exerce. 

Portanto daqui vão acontecer duas coisas:

Como este partido não tem como ser chamado à razão, vai continuar a fazer o que melhor faz, que é dar show. Vai continuar manter a Direita partida e assegurar o PS. Com azar, até podem chegar a aumentar ainda mais o número de deputados e só pararão quando efetivamente se lhes pedirem decisões não saberão tomar. Só pararão de crescer quando tiverem um escrutínio sério ao seu exercício de cargos e se confirme que por lá também anda quem se aproveita. 

Ou 

Algures, na massa abstencionista deste país, haverá mais gente razoável, com sentido moral e ético, que fará o obséquio de começar a exercer o seu direito de votar, e pode ser que haja um reforço de uma Direita decente. Para isso também era preciso que os partidos fossem competentes a procurar captar a atenção de quem se abstém. Coisa que não têm sido. 








É bonita a cultura setubalense, pá!

e mais bonito vê-la reinventada

Não sou muito destas coisas mas deparei-me há dias com esta notícia na versão charroca da NiT, e fiquei de a partilhar aqui, pois achei uma bela ideia. 
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Setúbal tem duas grandes figuras históricas: Bocage e Luisa Todi. No entanto, tal como dizem nesta entrevista e eu concordo, nós setubalenses aprofundamos pouco o conhecimento sobre estas duas individualidades, que são pioneiras na cultura da cidade. 

É muito bom ver, especialmente jovens, a interessarem-se em promover e criar um espírito setubalense unido pela elo da cultura, da Arte,  que como diz o Papa Francisco, é o apostolado da Beleza que alimenta a alegria nas pessoas. 

Precisamos de mais reinvenção das formas de transmitir a marca Setúbal, de transmitir Bocage e Luisa Todi, para que não sejam apenas nomes de placas nas ruas e estimulem um orgulho, nas próximas grações, em pertencer a esta linda cidade. 

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Estes foram os dois modelos que mais gostei, já encomendei o primeiro aliás. Deixo-vos aqui a página para darem uma vista de olhos e apoiarem esta pequena grande ideia. Parabéns e que venham mais "hellmanos".
Link para a página deles ----> https://www.instagram.com/hellmano_sadino/

Depois digam-me o que acharam também.

Tenho feito hiatos relativamente grandes para o que eu gostaria, entre cada publicação que aqui escrevo. Menos tempo para pensar e escrever, também alguma procrastinação quando chega a hora, enfim, desculpas. 

Finalmente encontrei um pouco de espaço para deixar as minhas larachas, e hoje vou escrever sobre duas coisas completamente distintas na mesma publicação. São só uns comentários para partilhar. 

Sobre o Chat GPT, ou sobre os Chat's GPT's , porque desde a última vez que escrevi sobre isto, já apareceram dezenas, senão centenas, de aplicações que permitem o acesso e utilização a Modelos de Linguagem Avançados (LLM em inglês). A Google já tem o Bard, o Bing lançou o BingAI, a Quora tem o Poe, etc. Uma pesquisa rápida e vão encontrar uma panóplica de aplicações semelhantes ao ChatGPT. Tentando não dispersar, eu não sou nenhum especialista no tema, e confesso que apesar de ter experimentado outros, me fiquei pelo ChatGPT.
O que me tem dado que pensar sobre estas aplicações, é que trouxeram ao de cima uma dificuldade sobre algo que aparentemente imaginamos como simples. Trata-se de descrever. Estas aplicações para nos responderem com o que pretendemos, exigem que sejamos claros e específicos no que lhes pedimos. Não há espaço para ambiguidades ou descrições vagas ( a não ser que o objetivo seja mesmo esse). 
A dificuldade está em conseguir descrever, por escrito, o que pretendemos exatamente. O que imaginamos na nossa cabeça.
E se já é difícil descrever que pretendo uma tabela de determinado tamanho, com X conteúdo, posso assegurar que a dificuldade ainda é maior se quiserem testar as aplicações dedicadas a desenho.  Tentem descrever um imagem que imaginaram, escrevam-na e vão sentir a frustração. 

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Aliás a dificuldade para o comum mortal conseguir obter os resultados que pretende destas aplicações é tanta, que a criação de descrições pré-feitas já começa a tornar-se um negócio e quiçá se venha a tornar uma profissão. É verdade, para os arautos do apocalipse que dizem que isto vem destruir empregos, a realidade é que não há destruição que não gere criação. 
A escrita de descrições para estas aplicações, é, em linguarejo tech chamada de "prompt". São bons prompts que puxam pelo melhor que estas aplicações podem dar para auxiliar os humanos. 
Ora já existem pessoas que se dedicam a criar e testar prompts para que outros não tenham de o fazer ( e para ganharem algum dinheiro, claro), naquilo que se vem começando a chamar de Professional Prompt Makers ou Professional Promp Writers.

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Já testaram estas aplicações? Também tiveram dificuldades em descrever o que queriam? Partilhem!

PS: Eu sei que no ínicio do texto disse que ia misturar dois assuntos, e que até indiquei no título o segundo assunto. Porém, entusiasmei-me aqui com isto dos prompts e fiquei sem tempo. Na próxima publicação dou a minha review da série Rabo de Peixe! 

Doença de Sócrates

Afeta milhares de portugueses

Após a polémica com o parecer que parecia mesmo que existia mas que pereceu para renascer como uma “questão puramente semântica”, o Governo lá forneceu documentação à comissão de inquérito parlamentar sobre o despedimento da CEO da TAP e afins. Não obstante, como numa boa tragicomédia, o próprio meio de fornecimento da documentação tornou-se notícia. Segundo consta, parte da documentação foi disponibilizada num CD, suporte que foi muito popular a partir dos anos 80 até meados de 2005.  

 

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Há quem ache tremendamente caricato mas muito representativo do estado do Estado, que no país da Web Summit, com um Governo que tem um Ministério da Transição Digital, que se tenham entregue documentos num CD. Há quem ache que tenha sido o Governo mais uma vez a gozar o prato do “quero, posso e mando” e quis brincar com a cara de quem pediu a documentação, o que não me parece de todo descabido.  
 
Ainda assim há alguns sinais que têm sido dados, que podem sugerir algo mais alarmante, talvez mesmo do foro da saúde. O Partido Socialista celebrou a 19 de abril, 50 anos. Num dos comícios de comemoração do aniversário do partido, o Secretário-Geral, António Costa, falou acerca de memória e mais concretamente da memória da primeira maioria absoluta do PS, dizendo que “foi mesmo com Ferro Rodrigues que o PS teve a primeira maioria absoluta da sua história, nas europeias de 2004”.  
 
Infelizmente, podemos estar perante um caso de alguém que padece de um estado avançado de Doença de Sócrates. Como sabem é uma doença que afeta a memória de muitos cidadãos em Portugal, e cujos principais sintomas passam por não se lembrarem de nada do que aconteceu em Portugal no período entre 2005 e 2011, assim como não se recordarem do político-cujo-nome-não-se-deve-utilizar-em-discussão-política para-não-sermos-populistas, mas que dá o nome a esta doença, que Governou o país durante esse período, assim como o partido a que pertencia.  
 
 
O facto de três jovens terem ido mostrar o rabo como forma de protesto, seguindo o modelo de uns manifestantes dos anos 90, durante o comício também pode ter contribuído para a desorientação de António Costa, que também se esqueceu que é um bocadinho difícil para qualquer força política portuguesa, até mesmo para o PS, conseguir uma maioria absoluta no Parlamento Europeu sendo que elegemos pouco mais de duas dezenas de deputados, num plenário com mais de setecentos.  
 
Ora sendo o Secretário-Geral do PS simultaneamente nosso primeiro-ministro, é bem possível que esta doença, altamente contagiosa, possa ter chegado a vários membros do Governo. Sendo que têm um hiato na memória a partir de 2005, é natural que considerem que entregar documentação num CD está na linha da vanguarda tecnológica.  

O pior é que é uma doença que não olha a idades e é triste verificar os seus efeitos também nos mais jovens. Por exemplo, o deputado e líder da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos, ainda a semana passada no Parlamento, respondia à bancada do PSD com grande orgulho, dizendo que nos seus 28 anos de vida nunca viu outro Governo a gerar crescimento em Portugal que não o do PS, ao contrário dos Governos PSD/CDS que falharam sempre esse objetivo. Receio mesmo que ele também tenha contraído a mesma maleita do Primeiro-Ministro. Só isso explica a audácia de, estando num partido que levou Portugal à falência há pouco mais de dez anos (e pela 3ª vez), queira acusar outros de “falharem” enquanto Governo.  
 
Espero que um dia consigamos erradicar esta doença que acaba por nos tocar a todos, especialmente aos que não sofrem da mesma, e que temos de ver e ouvir governantes e deputados a distorcerem a realidade com todo o desplante, e a continuarem premiados com reeleições

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Nas últimas semanas tem-se ouvido muito falar na famosa "bomba atómica" dos Presidentes da República, por culpa das trapalhadas consecutivas do Governo de António Costa. 

A última das trapalhadas, a TAP e um secretário de Estado a negociar o nosso dinheiro por Whatsapp e a enviar emails à CEO francesa, sobre o que é preciso fazer para manter o Presidente da República contente e amigável. O lamaçal chega, logicamente, aos pés de mais gente, neste caso os ministros João Galamba ( foi rápido a fazer porcaria, como já tinha previsto aqui no blogue  ), Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. 

Não me vou alongar a detalhar as trapalhadas destes incapazes, já foram amplamente noticiadas e sinceramente já não merecem o tempo de ninguém a escreve-las. 

O que acontece é que temos um Governo re-eleito há não muito tempo, com votação bastante reforçada ao ponto de estar em modo PS-Quero-Posso-E-Mando, mas que contrariamente ao que alguns portugueses que votaram para que isto acontecesse, a maioria não está a ser sinónimo de estabilidade política. 

Pelo contrário temos um Executivo que se farta de tropeçar nos próprios pés, emitindo demissões mês sim, mês não, com um primeiro-ministro que já não consegue ter uma postura coerente face aos casos. Num momento está no estrangeiro e diz que não comenta política interna, mas acaba a comentar. Num momento desvaloriza tudo e mais alguma coisa que um membro do Governo faça, no outro condena e diz que é algo muito grave - como aconteceu agora com Hugo Mendes. 

António Costa gosta de brincar à política, trata-nos como crianças e finge ter uma doutrina de resposta bem instituída, e prossegue na verbalização de incoerências como se se tratasse de estadista de referência. 

O Hugo Mendes foi agora o bode expiatório que obrigou o primeiro-ministro a voltar atrás na relativização de casos dentro do seu Governo. Tudo para salvar os "nomes-fortes" de Medina e Galamba. 

No meio desta confusão há quem clame pelo Presidente da República, exigindo que dissolva o Parlamento, acabe com este desGoverno e nos leve de novo a votos. 
Santana Lopes tem relembrado várias vezes que, por muito menos Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento, quando há época o social-democrata substituiu Durão Barroso tornando-se primeiro-ministro de um Governo PSD/CDS.

O CDS-PP também tem pedido várias vezes a dissolução, o CH quer apresentar uma moção de censura e a IL até já apresentou uma há algum tempo. 

O Presidente já recusou fazê-lo, há quem diga que toma essa opção porque não encontra na Oposição uma alternativa forte e consolidada que não passe apenas por colocar um PSD a meio gás apoiado por um partido de protesto. 
Não sei se é esse o motivo, porém concordo que Marcelo não deve usar a famosa "Bomba Atómica". É verdade que Jorge Sampaio a utilizou há uns anos atrás por puro calculismo e militância. É verdade que nos empurrou para José Sócrates por meia bola e fogo. 
E é por isso mesmo que Marcelo não o deve fazer. Presidir o país não é um exercício de vinganças, por isso nao faz sentido pedir ao PR que faça aquilo que não gostámos que os outros nos fizessem. É essa a diferença entre ter um Presidente da República, de Esquerda, e um Presidente da República, de Direita. 

O segundo não assume o mais alto cargo da nação para fazer fretes ao partido, assume-o com sentido de responsabilidade e de Estado. Como tal, havendo um Governo com Maioria Absoluta, esses votos devem ser respeitados. A maioria das pessoas quis este Governo, não faz sentido que 1 homem o mande abaixo por que este não se consegue organizar devidamente (Até certo ponto, claro...). 

Se o Governo ainda não considerou que se deve demitir, se os deputados do PS ainda não consideram que o desgoverno coloca em causa o prestígio e om funcionamento do país, então devem continuar. Temos todos de arcar com as consequências do que a maioria escolheu. É a democracia. 

Eu também não quero ter este Governo, mas acho que devem ser eles a assumir a porcaria que fazem e a sair pelo próprio pé. Para que não haja dúvidas, para que não tentem a cartada do "não nos deixaram continuar", "instrumentalizaram o Presidente da República" etc, etc. 

O Governo há de cair de podre. Até lá, é bom que algum partido de Oposição comece a mostrar sinais de tem um projeto para o país. 

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As sondagens não são intenções de voto, são representações da opinião de pessoas que estão disponíveis para responder a sondagens e servem primordialmente para influenciar a população, secundariamente para simular projeções resultados futuros. As verdadeiras sondagens são as eleições. A última vez que as sondagens deram um empate entre PS e PSD, ficámos com uma maioria absoluta do PS. Fica para reflexão...


"O líder partidário que o propôs curiosamente não está no Parlamento. O primeiro a fazê-lo. Foi Nuno Melo, do CDS. O seu a seu dono."
. A frase é de Paulo Portas, no último domingo, quando analisava as medidas de combate à inflação anunciadas pelo Governo e mais concretamente quando se debruçou sobre a medida do IVA zero para alimentos essenciais.  
 
O que também é curioso é que na semana anterior, houve muito debate público sobre Oposição a propósito das críticas do Presidente da República ao Governo de António Costa. Num dos programas de rádio mais conhecidos do país, em que é pedido aos ouvintes que liguem para a rádio para deixarem a sua opinião, pediu-se-lhes que comentassem as intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa. 
 
Uns a concordarem mais, outros menos com as críticas diretas do Presidente, houve sempre uma linha argumentativa comum, de forma mais ou menos subentendida, que sobressaia: O Governo apesar de ter uma maoria, só se sente muito à vontade para pôr e dispor das nossas vidas porque a Oposição é fraca. O jornalista chegou mesmo a perguntar algumas vezes se se podia dizer que neste momento o Presidente da República era o principal Líder da Oposição.  
 
Reciclando novamente a expressão, é curioso que neste momento as duas principais funções de Oposição, escrutinar e propor, de forma assertiva e responsável, se sintam vindas de dois pólos, que os mais distraídos poderiam considerar pouco prováveis: O Presidente da República que se tem visto obrigado a confrontar um Governo relaxado, que empurra os problemas com a barriga. E o CDS-PP que, neste caso em concreto, há praticamente um ano que propõe a medida básica de alívio às contas das famílias portuguesas que o Governo tinha vindo a desdenhar e desconsiderar até agora.  
 
Dá realmente que pensar o estado em que está a Oposição, que se senta no Parlamento, em Portugal. À esquerda o Bloco e o PCP continuam a tentar encontrar forma de contrariar o desgaste que a Geringonça lhes provocou. O PS vendeu muito bem a ideia de que deu à luz uma inovadora união das esquerdas que o BE e o PCP assassinaram sem remorsos.  
 
Os comunistas, como já é habitual, fizeram mais uma leitura de contexto político com uma lente empoeirada e escolheram um líder que nem onde viveu as pessoas o conhecem - ainda bem.  
 
O Bloco também vai trocar de líder, não comete o mesmo erro que o PCP mas tem uma outra dificuldade que está a aumentar com o tempo. Pouco ou nada distingue as causas que defendem das da nova fornada de políticos oriunda da Juventude Socialista. A curto médio prazo isto terá os seus efeitos mais vincados.  
 
Já partido de Rui Tavares nunca teve como objetivo fazer Oposição mas sim de colocar o seu líder numa boa posição.  
 
À direita todos querem ser o PSD, inclusive o PSD. Montenegro, cujo principal ativo eram as suas performances no Parlamento, saltou para a liderança do partido num momento em que não lá está e isso reflete-se na dificuldade que o PSD tem alavancar-se de outra forma que não seja esperar por erros do Governo.  
 
O CH abre garrafas de champanhe cada vez que sai uma sondagem, ignorando o facto de que desde que entrou na Assembleia da República o Partido Socialsita só insuflou. André Ventura entre os seus delírios de messianismo, vai capitalizando o descontentamento dos que já só querem ver alguém a gritar e a ofender o primeiro-ministro. Só que a maioria dos portugueses sabem que com gritos e ofensas consegue-se pouco mais do que receber um troco igual. E toda a gente sabe que um partido de protesto é bom para entreter, mas quando chega a hora de falar a sério preferem-se “adultos” na sala. 
 

A IL quer ser gender fluid para agradar ao seu eleitorado cosmopolita, recusa enquadrar-se na esquerda, na direita ou no centro apesar de se querer sentar bem no meio do centrão. Enervam mais os bloquistas, por partilharem com eles uma agenda social comum e ainda recentemente deram provas nos Açores de que não estão assim tão preocupados com o socialismo, ao quererem romper com a primeira hipótese de um governo não socialista desde 1996 no arquipélago. 
 

Entretanto temos um país sabotado, com uma população em dificuldades para conseguir coisas tão básicas como por o pão na mesa ou aceder um médico, e que paga os seus impostos não para obter serviços públicos de qualidade mas para ser anestesiada por um Governo que só investe na dependência do Estado e nos seus círculos de amizades.   
Com o avançar do tempo é nítido que não revertemos este rumo com uma Oposição útil ao PS, como tem sido, mas sim com uma Oposição útil às nossas vidas como a que o CDS-PP demonstrou e o Presidente da República, infelizmente, se vê obrigado a exemplificar.

 

O primeiro-ministro finalmente já assume a possibilidade de baixar o IVA nos bens alimentares essenciais. Pena que estejamos na fase de "possibilidade", pois o tema já não é novo.

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Fernando Medina tinha recusado por completo esta medida em outubro do ano passado, 5 meses depois o primeiro-ministro veio dar a nota de que afinal o ministro das finanças estava errado. Afinal, tal como N instituições especializadas em nutrição, consumo, estudos sociais disseram que a medida era elementar para começar a implementar um alívio nos mais pobres, afinal o Governo lá pensou que secalhar tinham razão. 

Não deixa também de ser curioso que o primeiro partido político a propor a medida, tenha sido um partido que não está no Parlamento, o CDS-PP. Leva-nos a pensar se foi uma boa troca que fizeram no Parlamento se a Direita que lá está não faz Oposição nem tem a iniciativa de levar propostas para o combate à pobreza. 

Voltando à teimosia do Governo em não baixar o IVA até agora, há que ter a noção do quão ofensiva essa teimosia é tendo em conta o estado deste país. Falamos de um país que nos cobra cada vez mais taxas e impostos e em troca oferece-nos serviços cada vez mais degradados. 

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O mínimo que podiam fazer agora era ter a noção de que devem levantar um pouco a bota do nosso pescoço, e deixar-nos respirar um pouco. Um Governo sério não se ficaria pelo IVA, diminuiria também impostos sobre o rendimento, porque se já não é justo que um homem trabalhe o mês inteiro e no final tenha de dividir o que ganhou com o Estado, ainda menos o é no momento atual.Um Governo sério sabe que não pode controlar preços, mas pode retirar o seu peso de cima da economia, de cima das pesssoas, de cima das empresas. 

Infelizmente não temos tido um Governo sério, temos tido um Governo que pretende apenas governar a sua manutenção no poder. Um Governo cuja plano estratégico para o futuro do país é "o que vier a seguir que feche a porta". 

Descoberta Aleatória do Dia

O chamado "sabias que...?"

Hoje a navegar pelo Twitter tropecei num post antigo, que por eu me lembro de o ter visto na altura em que saiu mas limitei-me a comentar verbalmente com alguém, acerca de um facto histórico, digamos... estranho? 

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A jornalista Maria José Oliveira tem uma thread com textos escritos por velhos conhecidos aqui do burgo, vulgo Portugal, durante a sua juventude no então suplemento juvenil "Juvenil " (chamava-se mesmo assim), do Diário de Notícias. 

Tem poemas do Pacheco Pereira, Durão Barroso, etc
No entanto o que me chamou a atenção, e a autora do Twitter também se disse supreendida, foi com o poema escrito por Adelino Amaro da Costa, em 1960...
Ora vejam 

 

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Para quem tiver achado confusa a leitura através destas imagens, tentei juntar o puzzle e colocar aqui o texto corrido: 



"O avião que está voando

está roncando.

E ronca

o carro que não está andando.

E foi-se o avião que voava

e o carro que roncava

e não andava 

também se foi.

Para além,

(O travesseiro dobrado,

a caixa dos sapatos,

o travesseiro estendido.

O pijama,

a tampa (a tampa?) da caneta

o copo de água (de?).)

Esses marcham

na sua agitação inerte.

E trepam,

os degraus da imobilidade.

E agitam-se

nas convulsões da velocidade

per-di-da

e não achada.

E choram, aflitos,

em angústia sofrida

da marcha parada

do ritmo pesado,

da estabilidade.

Pobres!

Não gritem mais

e calem-se.

- Não sois avião ou carro,

que roncam

Vu-u-u-u...Aquela tola mosca disse um dia que se ia casar. Mais tarde vim a saber que o não fizera. Declarou incompatível o casamento com a sua dignidade feminina. Foi a partir de então que eu passei a designá-la por tola mosca. Oh, mosca, que tola tu és! Pobre!"

Ora sabendo nós a forma como morreu o jovem fundador do CDS-PP, não deixa de ser uma coincidência algo arrepiante. 

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Os presidentes das Câmaras Municipais de Setúbal, Sesimbra e Palmela continuam nos seus teatros de mediatismo sobre a Saúde.

Estes 3 fracos líderes comunistas depois do teatro do "protesto" em frente ao Ministério que Manuel Pizarro tutela, têm combinado atuar em trio (odemira) nas suas posições sobre a Saúde.

Tudo muito bonito mas sendo estes excelentíssimos e ilustres senhores eleitos pela CDU, podiam começar por pedir explicações ao seu próprio partido que foi quem viabilizou a destruição que o PS tem feito do SNS. Por muitos teatros que façam, não se ilibam de ser cúmplices do estado da Saúdo em Portugal. O Cocó, o Ranheta e o Facada que nos poupem aos teatrinhos de indignação e ganhem alguma vergonha. 

 
PS: Ontem a CDU também juntou uns presidentes de junta mais uns quantos gatos pingados para se irem  manifestar para a frente do hospital S.Bernardo. A falta de noção é endémica em Setúbal. 

O primeiro-ministro anunciou há uns dias a criação de um mecanismo de verificação de possíveis governantes. 
O "mecanismo", reveleram hoje, trata-se nada mais nada menos do que, o preenchimento de um questionário e a assinatura de uma decalração de compromisso de honra em como estão a responder com honestidade ao questionário. 

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Isto revela-nos algumas coisas levanta outras tantas dúvidas: 

As questões que estão presentes no questionário não eram já feitas aos candidatos a governantes? Como é que isso era possível?
Quando a Secretária de Estado da Agricultura se demitiu em 24 horas, muita gente se questionou se António Costa e a sua equipa de castings (será que existe ?) apenas confiavam na palavra das pessoas e pronto. Tendo em conta o conteúdo do questionário hoje aprovado e publicado, fica a ideia de que nem sequer questionavam os visados sobre possíveis questões legais que pudessem por em causa o seu trabalho, a sua permanência no cargo e a estabilidade necessária ao regular funcionamento do ministério em que esperam ser inseridos. 

Recordo-me que o ministro Azeredo Lopes dizia que tinha adquirido conhecimentos para o lugar de ministro da Defesa, através da visualização de filmes de guerra e policiais. Talvez o Governo deva começar a sugerir alguma séries políticas aos seus membros, é que até nas séries se costumam ver os assessores dos presidentes e dos primeiros-ministros a entrevistarem as pessoas antes de as nomearem para cargos. 

Saindo dos filmes, das séries e voltando à vida real. Parece que para entrar no Governo basta alguém nos querer lá, dizermos que sim e cá vai disto. Quase 50 anos depois do 25 de abril, ou seja, quase 50 anos de Governos democraticamente eleitos, e nunca se tinha preparado uma avaliação a candidatos a governantes? Nem sequer assinavam um qualquer compromisso de honra em como não eram uns aldrabões de primeira? 

Quantos de nós já tivemos de assinar uma declaração dessas para a mais mísera e simples das ações burocráticas? Na segurança social, nas finanças, nos notários, no IMT... E para se mandar no país não era preciso nada de nada? 

Só ao fim de quase 50 anos se lembram de que se secalhar era boa ideia, no mínimo, colocar as pessoas a responder a um questionário sobre a sua conduta? 
E ao fim de quase 50 anos, temos um primeiro-ministro a chamar a isto "mecanismo de veificação" ? Não é um mecanismo de absolutamente nada, é um formulário patético para nos atirar areia para os olhos. 
E é absolutamente vergonhoso, primeiro que só decidam fingir que vão verificar alguma coisa porque os casos já estavam a dar demasiado nas vistas, segundo que nos colem um rótulo de tontos ao anunciarem esta medida infantil. 

Os serviços de inteligência não fazem realmente uma verificação de quem são as pessoas que vão tutelar as nossas finanças? O nosso sistema de pensões? A nossa educação? 
Será que um dia temos um espião estrangeiro como ministro e ninguém dá conta? 

A falta de rigor e de seriedade com que se encara o exercício da governação em Portugal, não cessa de me surpreender. 



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